Disponibilizado em streaming em março do
ano em curso, levou alguns a buscarem mais informações a respeito desse médium
que, entre os anos 1950 e 1974, incorporando o Espírito Dr. Fritz, atendeu mais
de dois milhões de pessoas, em Congonhas do Campo/MG.
Espetaculares foram consideradas as
cirurgias que realizava, sem anestesia, sem assepsia, com instrumentos
rudimentares como canivetes e facas.
Chico Xavier teve, durante cerca de dez
anos, vários contatos com ele, o que se tornou um pouco mais difícil depois de
sua mudança de residência para Uberaba.
Relatou ele, certa feita: Quando eu
estava para me operar da última vez, em 1968, de um tumor na próstata, Zé Arigó
mandou me avisar que ele estava pronto para realizar a operação.
Eu lhe respondi:
“Como
é que que eu ficaria diante de tanto sofredor que me procura e que vai a
caminho do bisturi? Eu tenho é que operar como os outros, sofrendo como eles.”
Em outros registros, referindo-se ao
problema ocular, que sofreu até sua desencarnação, em 2002, encontramos
resposta que, agradecendo, enviou ao médium de Congonhas do Campo: Diga ao Dr.
Fritz que eu gostaria muito, mas infelizmente não é o que eu preciso.
Embora Chico reconhecesse a capacidade
de Arigó em realizar curas, ele sabia que sua doença era parte de um processo
de cura espiritual, algo que precisava ser vivenciado nessa encarnação. Ele
mencionou que a doença era um compromisso assumido em vidas passadas, e que
precisava ser reparado no presente.
A resposta de Chico demonstra sua
profunda compreensão da lei de causa e efeito, e da importância do sofrimento
como aprendizado. Ele reconhecia o valor da cura física, mas também sabia que a
cura espiritual era mais importante e duradoura.
As respostas de Chico Xavier a Arigó são
exemplos de como o Espiritismo lida com a questão da cura. É importante lembrar
que a cura nem sempre é instantânea ou física, e que muitas vezes o sofrimento
tem um propósito maior na nossa jornada evolutiva.
Referências:
1 FULLER, John G. Arigó, o cirurgião da faca enferrujada. São Paulo: Nova Época, 1974.
2 PIRES, J. Herculano. Arigó: vida,
mediunidade e martírio. São Paulo: Paideia, 2022
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