O Fenômeno Arigó


O filme Predestinado, que estreou nas telas nacionais em 2022, trouxe à baila, novamente, fatos da vida do cirurgião da faca enferrujada, como o denominou seu biógrafo  John G. Fuller.

Disponibilizado em streaming em março do ano em curso, levou alguns a buscarem mais informações a respeito desse médium que, entre os anos 1950 e 1974, incorporando o Espírito Dr. Fritz, atendeu mais de dois milhões de pessoas, em Congonhas do Campo/MG.

Espetaculares foram consideradas as cirurgias que realizava, sem anestesia, sem assepsia, com instrumentos rudimentares como canivetes e facas.

Chico Xavier teve, durante cerca de dez anos, vários contatos com ele, o que se tornou um pouco mais difícil depois de sua mudança de residência para Uberaba.

Relatou ele, certa feita: Quando eu estava para me operar da última vez, em 1968, de um tumor na próstata, Zé Arigó mandou me avisar que ele estava pronto para realizar a operação.

Eu lhe respondi:

 “Como é que que eu ficaria diante de tanto sofredor que me procura e que vai a caminho do bisturi? Eu tenho é que operar como os outros, sofrendo como eles.”

Em outros registros, referindo-se ao problema ocular, que sofreu até sua desencarnação, em 2002, encontramos resposta que, agradecendo, enviou ao médium de Congonhas do Campo: Diga ao Dr. Fritz que eu gostaria muito, mas infelizmente não é o que eu preciso.

Embora Chico reconhecesse a capacidade de Arigó em realizar curas, ele sabia que sua doença era parte de um processo de cura espiritual, algo que precisava ser vivenciado nessa encarnação. Ele mencionou que a doença era um compromisso assumido em vidas passadas, e que precisava ser reparado no presente.

A resposta de Chico demonstra sua profunda compreensão da lei de causa e efeito, e da importância do sofrimento como aprendizado. Ele reconhecia o valor da cura física, mas também sabia que a cura espiritual era mais importante e duradoura.

As respostas de Chico Xavier a Arigó são exemplos de como o Espiritismo lida com a questão da cura. É importante lembrar que a cura nem sempre é instantânea ou física, e que muitas vezes o sofrimento tem um propósito maior na nossa jornada evolutiva.

 

Referências:

1 FULLER, John G.  Arigó, o cirurgião da faca enferrujada.  São Paulo: Nova Época, 1974.

2 PIRES, J. Herculano. Arigó: vida, mediunidade e martírio. São Paulo: Paideia, 2022


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