![]() |
“Carma” é um termo muito usado e muito pouco
compreendido. A palavra carma não pertence propriamente à terminologia da
Doutrina Espírita. Sua origem é o sânscrito, um antigo idioma da Índia.
Nas filosofias hindus, carma é definido como
conjunto das ações de uma pessoa e suas consequências.
Alguns companheiros espiritualistas e
espíritas importaram este termo vindo de tão longe e passaram a utilizá-lo. No
meio espírita, por exemplo, ele viria substituir a expressão “consequências da
lei de causa e efeito”.
Mas de maneira geral, o carma só é entendido
em seu aspecto negativo, o que é um grande equívoco.
Conforme podemos observar na definição acima,
o carma não se restringe às conseqüências negativas de nossas ações, porém ao
conjunto de nossas ações (positivas e negativas) e suas consequências
(positivas e negativas).
Uma segunda confusão envolve o emprego desta
palavra. É quando se diz que tudo o que acontece a uma determinada pessoa é
devido ao “carma”.
Isto é um engano, nem tudo o que se passa
conosco neste planeta é fruto do cumprimento da lei de causa e efeito, e nem
tudo é fatídico e imutável como geralmente se pensa.
Que nos diz o Espiritismo a este respeito?
Dentro da concepção espírita de vida, podemos afirmar que as condições atuais
de nossa existência na Terra são definidas basicamente por três fatores:
1- A escolha, pelo próprio Espírito, antes de
encarnar, do corpo ao qual se unirá e do estilo de vida que terá aqui na Terra,
a qual incluiu elementos que definem, de forma bastante genérica as provas que
vai enfrentar (O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Questões 334 e 335). Esta escolha poderá
ser mais ou menos condicionada pela necessidade de reparação de suas faltas
havendo, inclusive, certos casos em que a encarnação num determinado corpo
poderá ser imposta por Deus (idem. Questão 337);
2- As escolhas feitas na existência atual e
seus desdobramentos (O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Cap. V, Itens 4 e 5);
3- Os resultados de nossas ações do passado
remoto, em cumprimento da lei de causa e efeito, fazendo com que colhamos,
agora, frutos do amor ou do egoísmo plantados em outra encarnação (O LIVRO DOS
ESPÍRITOS. Questão 921; O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. Cap. V, Itens 6 e
seguintes).
O determinismo dos acontecimentos, portanto,
não existe de maneira absoluta. Ele existe, devemos admitir, nas escolhas de
que falamos no item 1, quando se trata de provas de natureza física (ex.: grupo
familiar, enfermidades congênitas).
Quanto às provas morais, o Espírito conserva
o livro-arbítrio, sendo possível ceder ou resistir às tentações e, mesmo,
modificar no presente resoluções tomadas no Mundo Espiritual, antes de
encarnar.
Em relação ao item 3, aos fatos que resultam
de coisas que fizemos por ato de livre vontade, não há como fugir de suas
conseqüências, sejam boas ou ruins. Mesmo que a nossa vontade nos desvie
momentaneamente, cedo ou tarde, nossa própria consciência nos levará a
responder por eles.
A fatalidade, neste caso, existe somente
quanto à responsabilidade em si, à qual não pode o homem subtrair-se de modo
algum, mesmo que séculos e distâncias o separem do ato causador. Mas não há
fatalidade quanto à ocasião, nem quanto ao modo como se efetuará a reparação do
mal a que se deu causa.
Fonte: www.ger.org.br
0 Comentários