Marcus de Mario
Um novo fenômeno
social chama a atenção do Ministério Público: o crescente abandono de bebês em
locais públicos. Esse fenômeno é mais acentuado nas grandes cidades e o motivo,
segundo pesquisas, não é a pobreza da população, pois com o advento dos
programas sociais governamentais de distribuição de renda, praticamente 100%
das mães consideradas pobres ficam e cuidam dos seus filhos. Os pais que
abandonam seus filhos, deixando-os em lixeiras, praças, terrenos baldios, em
boa parte estão envolvidos com transtornos mentais, alcoolismo e drogas.
Sobre o assunto a
espiritualidade manifestou-se em 1860, conforme mensagem assinada por “Um
Espírito Familiar”, e publicada por Allan Kardec no item 18 do capítulo 13, de
O Evangelho Segundo o Espiritismo, sob o título “Os Órfãos”. É uma mensagem que
sensibiliza, que faz vibrar as cordas íntimas do nosso coração e que, diante
das notícias sobre o abandono de bebês, nos leva às lágrimas e ao sentir
profundo desse drama.
Realmente, como deve
ser triste ser só e abandonado na infância! Olhos pequeninos que vagueiam pela
imensidão, vazios de emoções e repletos de solidão, incertos do futuro, desconhecendo
a afetividade. Pobres almas que carregam a tortura do desamor de seus pais e
dos semelhantes, que as abandonam em abrigos. Como única referência
humanitária, as “tias” e “tios” que se dedicam a cuidá-las e orientá-las.
E exclamamos: por que
Deus permite a orfandade do abandono materno/paterno? E explica-nos o espírito
que assina a mensagem: “Deus permite que haja órfãos, para exortar-nos a
servir-lhes de pais”. E completa o ensino com esta lapidar imagem: “Que divina
caridade amparar uma pobre criaturinha abandonada, evitar que sofra fome e
frio, dirigir-lhe a alma, a fim de que não desgarre para o vício!”.
Se não podemos, neste
mundo ainda de provas e expiações, evitar o abandono de bebês, podemos
trabalhar a sensibilidade nos corações para a solidariedade da adoção. Sim,
porque “agrada a Deus quem estende a mão a uma criança abandonada”, afirma o
instrutor espiritual.
Imaginamos quanta dor
se esvai do coração da criança ao ser recolhida por braços amigos, ou ser
aconchegada por corações interessados em amá-la. Como o acaso não existe, os
pais adotivos podem estar, com esse gesto, corrigindo um ato de desamor em
alguma vida passada e, com certeza, permitindo, nesta existência, que esse
espírito, agora filho adotivo, possa crescer intelectual e moralmente e, quem
sabe, quando jovem ou adulto, reencontrar seus pais biológicos para o exercício
da compreensão e do perdão. É assim que a lei de Deus se faz plena e
compreendemos que basta uma ação de amor para que séculos de dores e aflições
desapareçam.
Nesse entendimento
encontramos na mensagem espiritual que nos serve de apoio o seguinte
comentário: “Ponderai também que muitas vezes a criança que socorreis vos foi
cara noutra encarnação, caso em que, se pudésseis lembrar-vos, já não estaríeis
praticando a caridade, mas cumprindo um dever”. Por isso bendizemos a lei do
esquecimento, para que possamos utilizar o livre arbítrio sem entraves,
recebendo de Deus o mérito de nossas boas ações.
Agora, reconhecemos
que a adoção e o amparo socioeducativo governamental à criança abandonada não
são soluções para o grave fenômeno social. Se existem crianças abandonadas,
existem pais que abandonam. Se existem crianças abandonadas, existem homens e
mulheres que, indiferentes, as deixam abandonadas pelas ruas das cidades. Sim,
exigimos das autoridades públicas providências justas e necessárias, mas
fazemos o que nos compete? Amamos as crianças como deveríamos amar? Auxiliamos
os pais que passam por dificuldades? Orientamos a juventude para os
compromissos da união afetiva? Participamos efetivamente do ser coletivo que é
a sociedade?
“Assim, pois, meus amigos, todo sofredor é vosso irmão e tem direito a
vossa caridade”. São palavras do espírito que assina a mensagem, recordando o
grande ensino do Mestre Jesus: “amai-vos uns aos outros”. E devemos nos
amar pela condição de sermos filhos de Deus, e, portanto, sermos irmãos.
Somente o amor pode
corrigir o desvio social do abandono dos filhos, pois somente o amor tem o
poder de abrandar o egoísmo e sensibilizar o coração. Somente o amor tem o
poder de cicatrizar feridas pretéritas e germinar vida rica em alegrias.
Todos os esforços
devem ser feitos para o estudo, a compreensão e a prática do amor entre os
homens, e isso acontecerá quando colocarmos o amor como base de todos os
esforços educacionais do homem; quando o amor for a bandeira sinalizadora de
nossa caminhada; quando o amor for a meta a ser alcançada.
Amemo-nos e não
teremos a degradação dos vícios do álcool e das drogas. Amemo-nos e não teremos
os desvios dos transtornos mentais. Amemo-nos e não teremos crianças
abandonadas. Deus sabe que não faremos isso da noite para o dia, mas
confere-nos o sagrado tesouro do tempo… O tempo necessário para compreender o
amor e amar sem distinções… Por todo o sempre!
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2 Comentários
Me chamo LUSKAS, atualmente tenho 20 anos de idade, mas há vinte anos atrás, eu fui essa criança abandonada, fui a criança, que teve a si mesma como pai e mãe, que morou na rua, que quis ser normal como as crianças que eram felizes eram, mas quando olhava aop redor, tinha apenas o imenso céu azul, ou escuro pra lhe servir de consolo, que tem apenas a fase adulto e o presente pra se curar, graças a Deus, hoje eu venci, se um dia fui abandonado, hoje eu me sinto encontrado, graças ao santo daime, a mim e graças a Deus e o amor.
ResponderExcluirHoje m,e tornei empresário, tenho minha empresa no instagram a @lojatambleoficial, confira! E meu perfil oficial do instagram é @luskasoficial e em breve vou lançar uma musica. Isso eu escrevo pra que seja lido por todas as crianças-adultos que hoje sofrem por não entenderem seu sofrimento, e se sentirem sem amor, frios, monstros, sendo que na realidade fomos mais valentes, com as circustancias do erros de outrem, do qualquer Deus que o homem criar, somos Deus, e por isso quem constroi a felicidade plena somos nós. Pensa só, hoje em dia, seus pais, infelizmente, não vem até pra te ajudar a resolver seus problemas, nem pra te acalentar num momento de crise, eu sei que dói, mas sorria, hoje vc vc faz consigo o que nem seus pais foram capazes, lutar, se amar, querer continuar. SORRIA.
OBRIGADO PELO SEU TEXTO EDIFICADOR!
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