Por: Marinei Ferreira Rezende
No ano de 1853 no dia 27 de abril, em
Munique, na Alemanha, encarnava uma criança, nascida numa família rica da
cidade de Dantzig, local que foi diversas vezes disputado pela Polônia e pela
Alemanha.
Batizado com o nome de Adolf Friedrick
Fritz, ele foi para Polônia aos quatro anos de idade, pois seu pai tinha asma e
os médicos recomendavam mudar de clima. Era uma família polonesa de muito
prestígio, rica em bens materiais e pobre de amor.
Desde cedo foi privado da presença de
sua mãe, pois ela desencarnou cedo, e logo depois seu pai, ficando tutelado
pelos avós.
Por causa de alguns desentendimentos
entre os avós, Adolf passou a lutar com dificuldades para estudar, tendo que
trabalhar desde cedo.
Enquanto juntava ração, feno e alfafa
numa fazenda pertencente à faculdade para poder pagar seus estudos, levava
consigo os livros que versavam sobre medicina. Mas para o jovem Adolf, que
desde a infância quis ser médico, isso não foi obstáculo e dedicou-se muito
para acompanhar os estudos difíceis na Faculdade de Yverdun, na Suíça. No auge
da realização de seus sonhos, aos 28 anos de idade, quando faltava um mês para
se formar na especialização de cirurgia, foi procurado por um general que
trazia nos braços sua filhinha dizendo que precisava de uma operação rápida,
senão ela morreria.
Assim foi feito, mas dias depois a
menina começou a arder em febre e, por mais que ele envidasse esforços por
noites incansáveis de vigília, adormeceu e a menina faleceu. O general o culpou
pelo acontecido e o manteve preso em prisão subterrânea, e na solitária
açoitou-o e torturou-o por longo tempo.
Na prisão, o jovem Dr. Adolf permaneceu
por alguns anos trazendo no coração uma grande mágoa e que foi por vezes
amenizada pela luz do espírito de uma criança que o visitava na prisão: era a
filha do general desencarnada bem como Fabiano de Cristo, seu mentor
espiritual, que o assistia confortando seu coração para que não conservasse os
sentimentos que o desviariam de sua missão.
Um dia, como que por acaso, sua cela
amanheceu aberta e ele conseguiu fugir para a Estônia, onde passou cerca de
trinta anos aperfeiçoando seus estudos na área de cirurgia. Com aproximadamente
61 anos foi recapturado e mandado para o "front" da 1ª Grande Guerra
Mundial como médico cirurgião.
Sua luta foi maior daí por diante. Ele
chefiava um pequeno hospital de campanha, improvisado em um teatro abandonado,
na fronteira leste da Prússia Oriental, caminho obrigatório para todas as
tropas. Sua equipe era formada pelos auxiliares Fritz Hausen e Joseph Gröeber,
Sheila, dois enfermeiros e sete carregadores de maca. Com poucos recursos
conseguiu fazer diversas cirurgias utilizando parafusos de tanques de guerra,
transplantando os membros dos soldados feridos.
Na guerra, durante um atendimento a
pacientes em um acampamento-hospital improvisado, sob fogo cruzado do inimigo,
um soldado tombou sangrando muito, e ele, compadecido, avançou com a cruz
vermelha no braço, procurando socorrer o agonizante, quando um estilhaço da
explosão de uma granada o atingiu na face esquerda. Eram exatamente seis horas
da tarde do dia 29 de novembro de 1918, quando, aos 65 anos, foi levado para o
plano espiritual o eminente médico Adolf Friedrick Fritz.
O exército alemão estava sendo
derrotado, as baixas eram muito grandes e no plano espiritual aqueles soldados
desencarnados, ainda em estado de choque e sob as carregadas vibrações do
ambiente, não tinham consciência de que haviam falecido.
No mundo espiritual, ainda em
convalescença, um dos superiores lhe disse: - "Prepare-se, desça conosco à
Terra, pois lá você será mais útil que aqui e a situação exige: é a
guerra!". Assim, nem mesmo havia terminado o tratamento de recuperação dos
sofrimentos adquiridos pelo desencarne e já se encontrava no mesmo local,
socorrendo novamente sob o fogo cruzado encarnados e desencarnados, mas agora
em espírito, livre dos estilhaços.
Socorro
espiritual por Fabiano de Cristo
A mágoa que trazia e as lembranças da
guerra fizeram com que Dr. Adolf não enxergasse nada além da dor e sofrimento à
sua frente, permanecendo assim durante alguns anos no ambiente umbralino, na
parte escura que se havia agravado pelas guerras e as discórdias reinantes no
planeta. Até que um espírito amigo com seu traje de franciscano começou a
fazer-lhe visitas constantes, orientando-o sempre a ter esperança e fé em Deus.
Um dia Dr. Adolf inquiriu-o de quem se tratava, e o enfermeiro franciscano com
doces palavras disse-lhe: “Meu nome é Fabiano de Cristo seu irmão, reconhecido
em Jesus”. Ele então lhe rogou desesperadamente: “Eu preciso sair desta
escuridão eu quero luz, dê-me luz”. Fabiano respondeu-lhe com afabilidade e
firmeza: “Se você quer luz meu filho, então faça luz”.
Depois que pôde entender o significado
daquelas palavras, Dr. Adolf foi-se preparando a fim de se livrar das trevas
que trazia consigo, até que foi conduzido à Casa Transitória Fabiano de Cristo,
na espiritualidade, onde a mágoa que havia em
seu coração desapareceu, dando lugar ao amor e à vontade de trabalhar no
plano material, onde criaria uma casa de assistência tão bonita e caridosa
quanto aquela que o auxiliava no plano espiritual.
Depois de passar por um longo tratamento
e receber através do aprendizado as orientações, passou a trabalhar em favor do
próximo. Desde então Dr. Adolf procurou grupos de pessoas no Brasil, Terra
amada de Fabiano de Cristo, para o cumprimento de sua tarefa e a construção de
um Hospital Espírita com o nome de Fabiano de Cristo. Encontrou várias pessoas
dedicadas ao bem e, junto delas, vem desenvolvendo um trabalho bem feito com
amor, compreensão e dedicação, junto aos pacientes de toda ordem.
O
convite de Dr. Bezerra de Menezes
Dr. Bezerra de Menezes o convidou e
preparou o caminho para que os trabalhos socorristas no plano espiritual
realizado pelas diversas equipes, divididas por especialidades, mas unidas no
propósito do bem comum, assim a pluralidade das existências humanas fossem
difundidas e provadas para o mundo inteiro. Esta seria a segunda grande missão
do Dr. Bezerra de Menezes, após a construção e edificação da FEESP (Federação
Espírita do Estado de São Paulo).
Inspirado pelo Plano Espiritual Maior e
tendo o amparo de Francisco de Assis, que designou o Espírito de Antônio
Francisco Lisboa (conhecido como Aleijadinho), para amparar o médium José de
Freitas (Zé Arigó), pois deveria este suceder e dar continuidade nessa missão
mais tarde.
Vários trabalhadores espirituais foram
também chamados para acompanhar Dr. Adolf, que ficaria mais conhecido como Dr.
Fritz, que assim iniciou sua trajetória de trabalho com o médium José Pedro de
Freitas (Zé Arigó).
Fonte: https://www.jornaloimortal.com.br
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