por Tanya Nunes
A ingratidão é um dos frutos mais
diretos do egoísmo. Revolta sempre os corações honestos. A ingratidão, contudo,
dos filhos para com os pais apresenta caráter ainda mais revoltante.
Quando deixa a Terra, o espírito leva
consigo as paixões ou as virtudes inerentes à sua natureza. Ele se aperfeiçoa
até que deseje receber a luz. Após anos de meditações e preces, o espírito se
aproveita de um corpo em preparo reencarnado na família daquela a quem foi
ingrato.
E qual será o seu procedimento na
família escolhida? Dependerá das boas resoluções que tomou. Assim, ele será o
amigo ou inimigo daqueles entre os quais foi chamado a viver. É como se
explicam esses ódios, essas repulsões instintivas que se notam da parte de
certas crianças e que parecem injustificáveis.
Quais são as causas da ingratidão dos
filhos? Culpa dos pais nesta encarnação ou de vidas passadas? Ora, a ingratidão
é um dos frutos mais diretos do egoísmo e, claro, traz quase sempre uma
revolta. Quando se trata de filhos ingratos, é ainda mais complicado.
Na visão espírita, a ingratidão é uma
prova. Os ingratos serão submetidos à justiça divina, lembrando que toda
ingratidão tem uma causa. Se esta causa não se encontra na vida presente, ela
se encontra antes desta vida terrena. Causas precedem aos efeitos, é óbvio. É necessário
que a alma já tenha vivido, para que possa merecer uma expiação. Nada é por
acaso.
Depois de uma existência, o espírito
leva consigo as paixões e as virtudes inerentes à sua natureza e aperfeiçoa-se
no Espaço. O espírito cheio de ódio e desejoso de vingança revolta-se com a
ideia do perdão, lembra nosso irmão Juan Carlos Orozco. Este ser infeliz, após
anos de meditações e preces, aproveita a oportunidade de reencarnar num novo
corpo na família daquele a quem foi ingrato.
É uma nova chance de progresso.
Se retornar como pai ou mãe, pedirá para
reparar a sua falta perante o filho. O problema é que os espíritos perdem as
lembranças do passado, das faltas e dos erros, mas trarão os traços dos
sentimentos inferiores de forma instintiva. Os ressentimentos de existências
anteriores provocam certas reações repulsivas instintivas aparentemente
injustificáveis.
Por outro lado, como pais, temos a
missão de cuidar e educar os filhos, corrigindo os possíveis desvios. Por isso,
não condene o filho ingrato, pois ele pode ter odiado muito, ou foi muito
ofendido. Pode ter vindo para perdoar ou expiar.
É muito difícil suportar a ingratidão de
um filho sem queixas e com paciência. Pelos laços de família, tem-se a
oportunidade de aprendizado e evolução. É na família que se reencontram afetos
e desafetos, amigos e inimigos. Assim, acontecem os ajustes, os reajustes e os
resgates indispensáveis.
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