Por vezes, na vida, ante alguns fracassos,
nos entristecemos e desistimos de lutar.
Tarefas iniciadas são abandonadas. Profissões
dignas são deixadas à margem.
Tudo em nome de um fracasso, um dia, uma vez.
Recordamos que, certa vez, uma estudante de
violino, durante um concerto, teve a infelicidade de ter o arco do instrumento
esticado em demasia.
Isso fez com que arrancasse do instrumento um lancinante gemido de gato. O lá desafinou, os seus dedos, umedecidos pela transpiração nervosa, escorregaram no braço do violino.
Seu desejo era cair morta.
Mas corrigiu a tensão das cordas, enxugou as
mãos no vestido e continuou.
Ao finalizar, correu para os bastidores e
exclamou:
Nunca mais tocarei violino.
Uma excelente artista que ouviu seu desabafo,
lhe falou:
Você já observou como cantam os
pássaros? Sabe por que Deus os criou? Para que alegrassem o homem e ele não
sucumbisse à tristeza.
Não vê? Deus deu a muitas pessoas
aptidões para tornarem os homens felizes. Ele deu a você a possibilidade de
tocar violino. Não deve lhe desobedecer e sim utilizar sua aptidão para
louvá-lO. Tudo isso faz parte do seu grande plano.
A menina pensou e pensou. No dia seguinte,
ergueu-se cedo e retomou as longas horas de estudo do seu violino.
Quantas vezes, assistindo a jogos olímpicos,
vemos atletas, que se submeteram a longos e exaustivos treinamentos, não
alcançarem sua meta?
Já não vimos, eventualmente, em um espetáculo
de ballet, resultado de horas diárias de incessantes ensaios, uma das bailarinas
cair em pleno palco?
Conta-se que a grande cantora Madame
Ernestine Schumann-Heink, durante um dos seus concertos, vacilou e falhou.
Mesmo assim, corajosamente, dominou-se e foi
até o fim.
Dessa forma, a maravilhosa dama, como
era chamada nos últimos anos, continuou cantando em concertos e no rádio,
prosseguindo, como os pássaros, a espalhar alegria entre os homens.
Todos esses atletas e artistas nos oferecem
as lições do esforço. Também da persistência. Eles têm um pequeno revés, um
deslize na apresentação, mas retornam aos treinos, aos ensaios.
Por isso, conquistam medalhas, aplausos e
elogios noticiosos.
E graças ao seu repetido esforço, temos tão
grandiosos espetáculos de graça, agilidade, força, superação de limites.
* * *
O esforço é lei da vida. Todos os seres,
de uma forma ou de outra, não podem fugir a isso.
Mecanismo de evolução, promove o
progresso, estimula a experiência.
Graças ao esforço, os homens se enriquecem
emocional, cultural, artística e economicamente.
Não houvesse esforço e a vida
permaneceria nas suas expressões primitivas, iniciais.
Tudo trabalha e se esforça em a natureza.
Os ventos e as chuvas realizam o seu
esforço na erosão dos montes e da crosta terrestre.
A gota d’água, no seu cair sem parar, cria as
belezas que nos deslumbram os olhos nas grutas, no silêncio das furnas,
promovendo formas curiosas e especiais.
Onde se apresente o esforço, floresce
a paz. E onde a ação movimenta o progresso, vibra a alegria.
Redação do Momento Espírita, com
base no cap. 13, do livro Perfis da Vida, pelo Espírito Guaracy
Paraná Vieira, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL e no
cap. Relógio marcando duas horas, item A calhandra, do
livro Remotos Cânticos de Belém,
de Wallace Leal Rodrigues, ed. O CLARIM.
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