Fui visitada pelo meu pai 19 dias depois de desencarnado. Ele faleceu sem ver minha filha, que nasceu dias antes de sua morte.
Nesse dia, chegou uma conta de energia com
valor absurdo, e eu logo pensei: “Só foi o papai morrer que começaram os
problemas.”
Às onze da noite, minha bebê começou a chorar
muito. Tirei-a do quarto para que meu marido pudesse dormir. Já na sala, com a
luz acesa, tv ligada e a bebê no colo, vi meu papai entrar na sala normalmente:
“Você não pensou que eu fosse sem ver minha neta, né?”
Naquele momento, tudo me pareceu normal. Vi
como se ele a pegasse no colo, a olhasse, dizendo: “Que perfeição! Deus é
maravilhoso”. Brincou com ela, que sorria pra ele, tendo poucos dias de vida.
Então ele me disse para mandar meu marido
olhar a tomada do quarto que estava com fio descascado, “roubando” energia.
Ele disse que já ia, porque iria passar na
casa da minha irmã, que morava nos fundos de casa, dizendo que precisava
avisá-la para parafusar a fechadura da porta de entrada, que estava quase toda
desparafusada, colocando em risco.
Ele beijou-me e saiu para a cozinha. Quando
cheguei ali não vi meu pai, a porta estava fechada. Só aí me lembrei que ele
havia morrido.
Enquanto voltava pra sala, pensei que pudesse
ser sonambulismo.
Mas lembrei-me dele ter falado de ir na minha
irmã. Então fiquei esperando clarear o dia, e na primeira luz que observei,
saí. Eu estava confusa e pensando: “Como é que meu pai estava com uma blusa que
não era dele e sim do meu primo já falecido?”
Chegando na casa da minha irmã, eu a encontro
puxando o portão, rumo à minha casa. Percebi que ela também estava confusa,
então eu disse: “Você não sabe o que me aconteceu” e ela disse: “Sei sim”.
Perguntei, pra confirmar, e ela me confirmou
a roupa que ele estava.
Adentramos a sua casa, olhamos a porta e
realmente estavam faltando parafusos na fechadura.
No abraçamos e choramos muito. Passamos o dia
assim, falando, chorando, rindo, falando muito de papai.
Quando foi à noite, à procura de explicação,
fui a uma casa kardecista e falei para pessoa que dirigia a casa o que tinha
acontecido e percebi que esse senhor não acreditou. Fiquei chateada, quando ele
me disse que era difícil encontrar na literatura espírita uma história como eu
contava, com tanto pouco tempo, apenas 19 dias, de meu pai ter desencarnado.
Isso tudo aconteceu há 37 anos. Cerca de 5
anos atrás, eu, trabalhando num salão de cabeleireira, vejo passar na porta do
salão esse senhor, seu Toninho. Eu vi que ele estava indo para casa ao lado,
onde havia uma frequentadora da casa espiritual dele. Como eu sabia que ela não
estava, fui ao seu encontro, para perguntar se ele queria deixar recado…
Quando abri a porta de vidro para falar, não
vi mais ele. Quando a tal vizinha chegou, fui logo informando que seu Toninho
havia lhe procurado. Completamente surpresa, ela me disse:
“Deixa de brincadeira; seu Toninho morreu há
15 dias”.
Entendi que o seu Toninho me apareceu para se
retratar e para que eu divulgasse o fato, pois se ele na época não sabia de
relatos de visitas de espíritos com 19 dias de desencarnados, agora eu tinha. E
um fato que aconteceu com até menos tempo, apenas 15 dias de desencarnação.
Grata pelo espaço. Divulgar me fez bem. Estou me sentindo liberta. Paz de Deus a todos.
Lourdes Coutinho
Fonte: Correio Fraterno
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