Uma das mulheres mais guerreiras e à frente
de seu tempo, a alagoana Nise da Silveira nasceu dia 15 de Fevereiro de 1905,
na cidade de Maceió. Médica e psiquiatra, Nise se formou na Faculdade de
Medicina da Bahia, como a única mulher dentre os 157 alunos.
Devido a morte prematura de seu pai, a
psiquiatra mudou para o Rio de Janeiro. Depois casou-se com o sanitarista Mário
Magalhães. Nise era comunista e frequentava reuniões marxistas, além de possuir
em sua biblioteca vários livros com o assunto.
Esse motivo ocasionou sua prisão por 15
meses, durante o governo de Getúlio Vargas. Como presa política, Nise conheceu
o escritor Graciliano Ramos que escreveu “Memórias do Cárcere” com relatos da
época de prisão com a psiquiatra.
Ao ser libertada, Nise da Silveira passou a
trabalhar no Hospital Pedro II (Na época, Centro de Psiquiatria Nacional –
Engenho de Dentro). Por não aceitar as técnicas violentas de tratamento
utilizadas pela psiquiatria da época, Nise foi destinada a cuidar da Terapia
Ocupacional do Hospital.
Até então, os médicos colocavam os pacientes
para limpar e costurar. Nise reformou o espaço e introduziu um ateliê de artes
com seu estagiário Almir Mavignier. As pinturas eram uma forma de comunicar com
o inconsciente e perceber a expressão da sensibilidades dos Clientes (Como a
psiquiatra chamava as pessoas internadas). Para contribuir também com o
tratamento e a afetividade dos clientes, Nise utilizava cães e gatos, gerando
carinho e cuidado.
Como uma grande discípula de Carl Gustav
Jung, Nise chegou a se comunicar com o Suíço através de cartas. Ela também
mandou fotos das pinturas de mandalas de seus clientes para que pudessem
entender mais acerca do inconsciente.
Nise foi responsável por exposições em
Congressos Internacionais de Psiquiatria na década de 1950.
Foi fundado também o Museu de Imagem do Inconsciente (Hoje,
Instituto Municipal Nise da Silveira e Sede do Museu) e a Casa das
Palmeiras.
“Há 10 mil modos de pertencer à vida e de
lutar por sua época”
Nise da Silveira
Uma mulher guerreira demonstrou estar além de
seu tempo com exemplos de fé na humanidade, amor ao próximo e práticas de
caridade que fizeram de seu nome um pedaço da história do Brasil. Nise retornou
à pátria espiritual no ano de 1999, no Rio de Janeiro.
Por meio da médium psicografa,
Iraci Campos Noronha, o espírito de Nise da Silveira escreveu o
Livro Reconstruindo Emoções, mandado para os encarnados como mais um de seus
conhecimentos que sempre ajudaram o próximo.
Conheça mais a história da psiquiatra com o
filme Nise – O Coração da Loucura.
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