por Morel Felipe
Wilkon
Enquanto você dormia,
à noite passada, é possível que você estivesse matando a saudade de antigos
amores fraternos. De vez em quando somos chamados junto aos nossos espíritos
queridos.
Você alguma vez já
sonhou e ficou triste por ter acordado? Queria ficar dormindo, sonhando,
vivendo o que estava vivendo, sentindo o que estava sentindo?
Durante as horas de
sono, enquanto o corpo físico repousa, nós ficamos relativamente livres,
temporariamente libertos do peso da matéria. O que cada um de nós faz nessas
horas? Depende da vontade, do que se passa em nosso íntimo, depende do nosso
grau de adiantamento moral, da nossa força mental, depende de uma série de fatores
que pouca gente conhece. Isso é estudado profundamente na Projeciologia, do
Waldo Vieira.
Mas há ocasiões em
que vamos para lugares muito melhores do que os lugares em que vivemos hoje.
Fazemos coisas mais agradáveis do que as coisas que costumamos fazer e, o mais
importante, convivemos com pessoas de quem sentimos muita falta.
Por mais que você ame
quem está ao seu lado, sua família, seus parentes e amigos, nós vivemos em
pleno laboratório de pesquisas. A matéria é mais ou menos isso, um laboratório
onde testamos nossos conhecimentos e experiências adquiridos através de
incontáveis reencarnações e durante os intervalos entre uma reencarnação e
outra.
E na turbulência do
dia-a-dia, no mundo competitivo e agitado, é raro termos tempo e oportunidade para
simplesmente viver. Temos inúmeras responsabilidades aqui. E nem sempre estamos
bem certos do que fazemos. Quando reencarnamos, não trazemos um roteiro que
possa ser consultado a qualquer hora. É tudo intuitivo…
Quando estamos
temporariamente livres da matéria por ocasião do sono, temos a oportunidade de
conviver com pessoas a quem muito amamos e que muito nos amam. Cada um de nós
tem sua parentela espiritual. Cada um de nós tem laços de amor e amizade com
espíritos muito superiores a nós, que zelam por nossa passagem pela matéria.
São esses espíritos que muitas vezes nos socorrem em momentos de maior
dificuldade, nos incutindo ideias de bom ânimo, de esperança e de certeza de
que no final tudo dá certo.
Enquanto o corpo
físico está atirado sobre a cama, você pode estar matando a saudade de antigos
amores fraternos, ouvindo bons conselhos, assistindo palestras, participando de
cursos, relembrando experiências agradáveis de outras vidas como forma de
recobrar forças e ânimo pra continuar a tarefa.
Então, quando você
acorda, não sabe onde estava, com quem estava ou o quê estava fazendo. Mas sabe
que estava num lugar extremamente agradável e calmo, com pessoas amadas, boas e
pacíficas, fazendo algo de útil e instrutivo. Você desperta com a convicção de
que esteve num lugar que você conhece, esteve com pessoas muito íntimas, e
estava tratando de assuntos que você conhece muito bem, você sabe perfeitamente
do que se trata, embora seu cérebro físico não tenha essa lembrança.
Quando você acorda e
percebe que era um sonho, que a sua realidade é outra, talvez a sua primeira
impressão seja de decepção. Você gostaria de ficar por lá, você preferiria que
a sua realidade fosse aquela e não esta. Mas logo você se conforma, você sabe,
intuitivamente, que voltar pra lá é uma questão de tempo. De tempo e de
merecimento.
A sua realidade,
hoje, agora, é aqui. Você tem uma enorme responsabilidade aqui. A sua
responsabilidade não se restringe às pessoas que você conhece. A sua família
não é composta só pelas pessoas que estão encarnadas aqui, com você. Há
espíritos desencarnados que fazem parte do seu grupo, que estão inseridos no
contexto da sua experiência terrena.
O processo
reencarnatório passa por um grande e complexo planejamento, que nós estamos
longe de apreender. Mas é muito provável que alguns espíritos contam com você,
esperam que você faça o que foi planejado, dependem de você, até certo ponto,
para poderem colocar em prática o que foi planejado para eles. Tudo está
interligado.
Por isso, de vez em
quando, somos chamados junto aos nossos espíritos queridos. Para relembrar o
planejamento, para retificar pontos que fugiram do controle, para modificar
estratégias. A sensação que guardamos conosco, as lembranças vagas que ficam,
quando despertamos, nos afiançam de que vale a pena se esforçar, vale a pena
cumprir com a nossa parte.
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