Wellington Balbo – Salvador BA.
Alguns anos atrás que minha filha, Olívia,
começou a queixar-se de influência espiritual.
Segundo ela, o Espírito de uma menina a
perseguia causando-lhe embaraços de todos os tipos. Falava com ela e
aparecia-lhe em sonhos.
Como na época morávamos juntos, resolvi,
certo dia, conversar com o Espírito que perseguia minha filha.
Fomos até a sala, oramos, e eu, em voz alta,
iniciei a fala. Disse para o Espírito sobre Jesus, abordei a questão do amor,
perdão, vida após a morte e pedi que seguisse seu caminho, deixando Olívia em
paz.
A situação resolveu-se e, desde então minha
filha não mais acusou a presença da entidade que apoquentava sua vida.
Bem provável ter sido o caso de um Espírito
ainda sem conhecer sua real condição. Parecia-me, realmente, uma entidade muito
mais perdida do que má.
Por que contei este fato?
Porque algumas pessoas consideram que não se
deve estabelecer contato com os Espíritos fora do ambiente do centro espírita.
Esquecem, todavia, que os Espíritos estão
entre nós, a todos os instantes, e basta o pensamento para que os imortais
estejam mais próximos.
Aliás, Kardec trouxe um Espiritismo com
Espíritos, sem grande cerimônia para contatar os imortais.
Segundo Kardec bastava o sentimento fervoroso
e o desejo sério de instruir-se para, então, ser digno de receber os bons
Espíritos, fosse onde fosse, estivesse onde estivesse.
Muito mais do que a geografia, ensina Kardec
que o importante é o coração puro.
No que concerne a manifestação dos Espíritos,
Kardec narra pitoresco fato:
Conta ter recebido carta de um presidiário
que se convertera ao Espiritismo.
A missiva está na Revista Espírita, fevereiro
de 1864. O detento informa que o Espiritismo teve o poder de levá-lo à
reflexão.
Ele, então, ao conhecer o Espiritismo pode
perceber o mal que havia feito, sendo, pois, despertado para uma nova vida por
meio da fé.
Mas eis que o presidiário informa estar
contatando os bons Espíritos no presídio.
E eles, os bons Espíritos, não lhe faltavam a
assistência e compareciam, ditando-lhe palavras reconfortantes.
Ou seja, o presidiário era médium e fazia o
contato com os Espíritos na própria em que se encontrava.
Kardec encerra o texto de forma primorosa,
informando-nos que nenhum obstáculo, nem mesmo o fato de se estar na prisão é
impeditivo de confabular com os bons Espíritos, pois estes manifestam-se aqui,
ali e acolá...
Quer o homem queira ou não, os Espíritos são
livres e não aceitam que neles se coloquem amarras de qualquer tipo.
E como são livres, estarão onde bem quiserem
e entenderem, não sendo, pois, apenas o centro espírita palco para a presença
das entidades desencarnadas.
Elas estão por toda parte e a nós cabe
entender como se processa este contato para, então, colaborar de alguma forma,
caso se faça necessário nosso concurso.
Pensemos nisso
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