Quando mergulhou no corpo físico, para o
ministério que deveria desenvolver, tudo eram expectativas e promessas.
Aquinhoado com incomum patrimônio de bênçãos, especialmente na área da
mediunidade, Mensageiros da Luz prometeram inspirá-lo e ampará-lo durante todo
o tempo em que se encontrasse na trajetória física, advertindo-o dos perigos da
travessia no mar encapelado das paixões bem como das lutas que deveria travar
para alcançar o porto de segurança.
Experimentou abandono e descrédito,
necessidades de toda ordem, tentações incontáveis que lhe rondaram os passos
ameaçando-lhe a integridade moral, mas não cedeu ao dinheiro, ao sexo, às
projeções enganosas da sociedade, nem aos sentimentos vis. Sempre se manteve em
clima de harmonia, sintonizado com as Fontes Geradoras da Vida, de onde hauria
coragem e forças para não desfalecer.
Trabalhando infatigavelmente, alargou o campo
da solidariedade, e acendendo o archote da fé racional que distendia através
dos incomuns testemunhos mediúnicos, iluminou vidas que se tornaram faróis e
amparo para outras tantas existências. Nunca se exaltou e jamais se entregou ao
desânimo, nem mesmo quando sob o metralhar de perversas acusações, permanecendo
fiel ao dever, sem apresentar defesas pessoais ou justificativas para os seus
atos.
Lentamente, pelo exemplo, pela probidade e
pelo esforço de herói cristão, sensibilizou o povo e os seu líderes, que
passaram a amá-lo, tornou-se parâmetro do comportamento, transformando-se em
pessoa de referência para as informações seguras sobre o Mundo Espiritual e os fenômenos
da mediunidade. Sua palavra doce e ungida de bondade sempre soava ensinando,
direcionando e encaminhando as pessoas que o buscavam para a senda do Bem.
Em contínuo contato com o seu Anjo tutelar,
nunca o decepcionou, extraviando-se na estrada do dever, mantendo disciplina e
fidelidade ao compromisso assumido. Abandonado por uns e por outros, afetos e
amigos, conhecidos ou não, jamais deixou de realizar o seu compromisso para com
a Vida, nunca desertando das suas tarefas. As enfermidades minaram-lhe as
energias, mas ele as renovava através da oração e do exercício intérmino da
caridade.
A claridade dos olhos diminuiu até quase
apagar-se, no entanto a visão interior tornou-se mais poderosa para penetrar
nos arcanos da Espiritualidade. Nunca se escusou a ajudar, mas nunca deu
trabalho a ninguém. Seus silêncios homéricos falaram mais alto do que as
discussões perturbadoras e os debates insensatos que aconteciam a sua volta e
longe dele, sobre a Doutrina que esposava e os seus sublimes ensinamentos.
Tornou-se a maior antena parapsíquica do seu
tempo, conseguindo viajar fora do corpo, quando parcialmente desdobrado pelo
sono natural, assim como penetrar em mentes e corações para melhor ajudá-los,
tanto quanto tornando-se maleável aos Espíritos que o utilizaram por quase
setenta e cinco anos de devotamento e de renúncia na mediunidade luminosa. Por
isso mesmo, o seu foi mediumato incomparável...
E ao desencarnar, suave e docemente,
permitindo que o corpo se aquietasse, ascendeu nos rumos do Infinito, sendo
recebido por Jesus, que o acolheu com a Sua bondade, asseverando-lhe: –
Descansa, por um pouco, meu filho, a fim de esqueceres as tristezas da Terra e
desfrutares das inefáveis alegrias do reino dos Céus.
JOANNA DE ÂNGELIS (Página psicografada pelo
médium Divaldo P. Franco, no dia 2 de julho de 2002, no Centro Espírita Caminho
da Redenção, em Salvador, Bahia.) Texto extraido do Reformador - Agosto/2002
Especial - FEB
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