“A alma, ao deixar o corpo logo após a morte,
vê imediatamente parentes e amigos que precederam no mundo dos Espíritos?”
Resposta: Imediatamente não é bem a palavra.
Como já dissemos, ela precisa de algum tempo para reconhecer seu estado e se
desprender da matéria.
Observação: Cada desencarnação é diferente da
outra. Lembremos o caso de André Luiz que, ao desencarnar foi para o Umbral e
lá ficou por 8 anos. E ao ser resgatado e levado para Nosso Lar levou algum
tempo para receber a visita da mãe que estava em um plano superior ao dele.
“Nossos parentes e amigos vêm “algumas vezes”
ao nosso encontro quando deixamos a Terra?
Resposta: Sim, eles vêm ao encontro da alma
que estimam. Felicitam-na como no retorno de uma viagem, se ela escapou dos
perigos do caminho, e a ajudam a se despojar dos laços corporais. É a concessão
de uma graça para os bons Espíritos quando aqueles que amam vêm ao seu
encontro, enquanto o infame, o mau, sente-se isolado ou é apenas rodeado por
Espíritos semelhantes a ele: é uma punição.
Observação: A pergunta é clara, diz “algumas
vezes” e os Espíritos explicam que nem todos são recebidos pelos parentes e
amigos, porque não fizeram por merecer.
Exemplo: No livro O Céu e o Inferno, de Allan
Kardec, 2ª parte, capítulo V, há um relato de uma mãe que se suicidou logo após
a desencarnação de seu filho. Sua intenção era acompanhá-lo. Mas não aconteceu
o esperado:
Em março de 1865, um jovem de 21 anos de
idade, que estava gravemente enfermo, prevendo o desenlace, chamou sua mãe e
teve forças ainda para abraçá-la. Esta, vertendo lágrimas, disse-lhe:
"Vai, meu filho, precede-me, que não tardarei a seguir-te". Dito
isto, retirou-se, escondendo o rosto entre as mãos.
Morto o doente, procuraram-na por toda a casa
e foram encontrá-la enforcada num celeiro. O enterro da suicida foi juntamente
feito com o do filho.
Quando evocaram o rapaz, este disse que sabia
do suicídio da mãe, e que esta, retardou indefinidamente uma reunião que tão
pronta teria sido se sua alma se conformasse submissa às vontades do Senhor.
Disse ele: "Pobre, excelente mãe! Não pôde suportar a prova dessa
separação momentânea . . ." e aconselhou: "Mães, que me ouvis, quando
a agonia empanar o olhar dos vossos filhos, lembrai-vos de que, como o Cristo,
eles sobem ao cimo do Calvário, donde deverão alçar-se à glória eterna."
Quando evocaram a mãe, esta gritava:
"Quero ver meu filho . . ." Quero-o, porque me pertence! . . ."
". . . Nada vale o amor materno?
Tê-lo carregado no ventre por nove meses;
tê-lo amamentado; nutrido a carne da sua carne; sangue do meu sangue; guiado os
seus passos; ensinado a balbuciar o sagrado nome Deus e o doce nome mãe; ter
feito dele um homem cheio de atividade, de inteligência, de probidade, de amor
filial, para perde-lo quando realizava as esperanças concebidas a seu respeito,
quando brilhante futuro se lhe antolhava! Não, Deus não é justo; não é o Deus
das mães, não lhes compreende as dores e desesperos . . ." ". . . Meu
filho! Meu filho, onde estás?"
Esta mãe, buscou um triste recurso para se
reunir ao filho. O suicídio é um crime aos olhos de Deus, e devemos saber que
as Leis de
Deus punem toda infração. A ausência do filho
é a punição desta mãe.
“Os parentes e amigos sempre se reúnem depois
da morte?”
Resposta: Isso depende de sua elevação e do
caminho que seguem para seu adiantamento. Se um deles é mais avançado e marcha
mais rápido do que o outro, não poderão permanecer juntos. Poderão se ver algumas
vezes, mas somente estarão para sempre reunidos quando marcharem lado a lado,
ou quando atingirem a igualdade na perfeição. Além disso, a impossibilidade de
ver seus parentes e seus amigos é, algumas vezes, uma punição.
Observação: Quando estamos no mesmo grau de
elevação e os que desencarnaram antes de nós não reencarnaram poderemos nos
reunir "temporariamente". Se reencarnamos várias vezes, como reunir
as famílias de todas as encarnações? Por isso, quando a reunião é possível,
esta é temporária. A evolução necessita da reencarnação, desse vai e vem no
corpo físico.
"SE A NOSSA ESPERANÇA EM CRISTO SE
LIMITA APENAS A ESTA VIDA, SOMOS OS MAIS INFELIZES DE TODOS OS HOMENS." -
( Coríntios: 1519)
(Questões do O Livro dos Espíritos -
observações de Rudymara)
Fonte: Grupo de Estudo "Allan
Kardec"
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