Qual seria a explicação espírita sobre a
inscrição do decálogo nas duas tábuas de pedra?
A Bíblia é um conjunto de livros que
constitui o Velho e o Novo Testamento, repletos de fenômenos mediúnicos.
Partamos do princípio de que Moisés era médium. Um intermediário entre a
Vontade Divina e a liderança daquele povo de Israel, ainda de costumes rudimentares
e, às vezes, até bárbaros. O profeta da primeira revelação no Ocidente estava
só, no monte, sem a companhia de seus seguidores ou de qualquer outra pessoa.
Um “fogo”, resultado de fenômeno mediúnico de efeitos físicos, separava Moisés
do povo que teve medo de atravessar as labaredas. Sabemos que, espiritualmente,
ele não se encontrava sozinho, pois certamente recebia a influência direta dos
planos superiores da vida naquele momento ímpar de concentração individual, que
resultaria em algo absolutamente definitivo e transformador para a história
religiosa das civilizações ocidentais: a revelação de um Deus único, em
oposição à crença pagã comum no politeísmo.
Uma possível interpretação espírita do
ocorrido conduziria ao entendimento de que o médium Moisés recebeu pela escrita
direta, em tábuas de pedra, o decálogo, um conjunto de dez ensinos sobre o
comportamento do ser humano em relação a Deus e a seu próximo.
A pneumatografia (do grego pneuma – sopro ou
espírito + graphein – escrever) é termo criado pelo Codificador do Espiritismo
para denominar o tipo de fenômeno mediúnico em que um espírito se comunica por
via escrita sem o auxílio de um médium escrevente ou psicógrafo. É, também,
conhecida por escrita direta.
O fenômeno está classificado pelos Espíritos,
em O livro dos médiuns, como mediunidade de efeitos físicos, mesmo contra a
opinião de Allan Kardec que o preferiria na classe dos fenômenos de efeitos
inteligentes. A explicação é a seguinte: Os efeitos inteligentes são aqueles
para cuja produção o Espírito se serve dos materiais existentes no cérebro do
médium, o que não se dá na escrita direta. A ação do médium é aqui toda
material, ao passo que no médium escrevente, ainda que completamente mecânico,
o cérebro desempenha sempre um papel ativo. Na pneumatografia, dispensa-se o
uso do lápis, como adotado na psicografia, ou do teclado, como mais
recentemente empregado na “psicodigitação”.
Então, o Espírito escreveria diretamente, sem intermediário, dispensando
a “mão” de um médium.
Todavia, não se prescinde da figura do
médium, indispensável para a realização de qualquer fenômeno mediúnico, seja de
efeitos inteligentes ou físicos. Nestes últimos, o médium doa o ectoplasma, o
fluido animalizado, para que o Espírito possa atuar na realidade material.
Próprio Allan Kardec quem explica na Revista
Espírita como o fenômeno se dá:
Para escrever dessa maneira, o Espírito não
se serve das nossas substâncias, nem dos nossos instrumentos. Ele próprio
fabrica a matéria e os instrumentos de que há mister, tirando, para isso, os
materiais preciosos, do elemento primitivo universal que, pela ação da sua
vontade, sofre as modificações necessárias à produção do efeito desejado.
Possível lhe é, portanto, fabricar tanto o lápis vermelho, a tinta de imprimir,
a tinta comum, como o lápis preto, ou, até, caracteres tipográficos bastante
resistentes para darem relevo à escrita.
A principal razão para a ocorrência do
fenômeno é a comprovação da intervenção de um poder oculto, uma inteligência
externa que se manifesta e transmite sua vontade. Nada mais adequado para
registrar, há cerca de 3,5 milênios, o início da história religiosa monoteísta
do que o acontecimento marcante da inscrição direta em tábuas de pedras das
leis fundamentais, que continuam até hoje a reger as relações dos homens entre
si e com Deus.
Um fenômeno natural, raro certamente, mas
especial em sua essência, que contou com a presença dos Espíritos Superiores,
segundo a Vontade do Criador e a supervisão do Governador Espiritual da Terra,
Jesus. Ali, naquele momento crucial para a trajetória evolutiva da Humanidade,
já se assinalavam os primeiros passos, prenunciando os novos tempos que
haveriam de vir, atualmente confirmados pelas luzes do Consolador Prometido.
(Fonte: Feb.Net)
Para saber mais sobre o assunto, assista:
Os Dez
Mandamentos – Abrindo a Bíblia
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