Chico estava
psicografando "Nosso Lar" . Numa das raras pausas que se permitia,
saiu para fazer a barba. O barbeiro era dos antigos. Metódico, colocou-lhe a
toalhinha sobre o queixo, ensaboou-lhe o rosto. Essa rotina ordeira foi
interrompida na primeira raspada.
-Chico, estou
sentindo muita tonteira. Parece que vou desmaiar.
Posto em descanso
no relativo conforto da cadeira, Chico inquietou-se, abriu os olhos e viu um
espírito trevoso que enleava o barbeiro, dizendo-lhe aos ouvidos:
- Corta a garganta
dele...corta.
Com o fio da
navalha no pescoço do Chico, o pobre homem não via e nem ouvia o espírito, mas
sofria-lhe as influências. Daí, aquelas sensações estranhas, o afrouxamento dos
controles. Voltou a dizer:
- Chico, não sei se
vou dar conta de terminar a sua barba.
- Não se preocupe,
meu irmão. Barba, é assim mesmo, a gente faz quando dá certo. Se não der hoje,
a gente faz amanhã.
Naquele momento,
conta o Chico depois de uma pausa na conversa, tudo o que eu queria era que ele
tirasse a navalha do meu pescoço.
Concluindo,
explicou que eram as trevas querendo impedir que "Nosso Lar" fosse
concluído e viesse à luz espargir luz.
Ao relembrar e
escrever este caso, reflito que Nosso lar é o livro mais lido de toda a
literatura mediúnica recebida por Chico Xavier. Um verdadeiro best seller, com
milhões de exemplares vendidos.
Livro: Momentos com
Chico Xavier
Autor: Adelino da
Silveira
Outro Relato da
Mesma Passagem
(…) Certa feita,
Chico estava fazendo sua barba numa barbearia. No transcurso do fato, ele
percebeu que o “barbeiro” – antigamente esse era o nome da profissão – estava
com uma expressão muito esquisita. Apresentava a face avermelhada, leves
contorções e até mesmo espasmos. Chico visualizou, então, uma entidade sombria
envolvendo o barbeiro no intuito de que ele lhe cortasse sua veia aorta com a
navalha.
Chico ficou
perplexo. Ele não sabia se levantava da cadeira abruptamente, se ficava quieto
ou se orava.(…) Chico orou com tanto fervor – pois temia estar próximo da
desencarnação – que, passados alguns minutos, adentrou na barbearia uma
entidade muito alta, com uma voz forte e com sotaque dos companheiros do sul do
país. Esta entidade dirigiu-se ao obsessor de navalha e fez-se viril. ”Uê,Che!
O que fazes aqui? Perdendo tempo com esses homens de saia?” – referia-se aos
trajes do barbeiro , e à alma cândida de Chico – “Vamos embora já daqui, pois
muitas raparigas nos esperam”. Quando os espíritos se afastaram do ambiente,
após alguns minutos, o barbeiro, voltando a si do pequeno transe, desculpou-se
com o Chico, afirmando que tivera um mal súbito, além de ter “se sentido
possuído por uma força descomunal, que ansiava rasgar-lhe a pobre garganta”
“Coitado do
barbeiro!”, disse o Chico.
Emmanuel se fez
presente e lhe confabulou sobre as preces ouvidas e prontamente atendidas por
um espírito que, se ainda não se engajara totalmente no bem, apesar de seus
hábitos ainda comprometidos, acabou sendo um instrumento para livrar a garganta
de Chico de uma navalha escorregadia.
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