Ele foi chamado por Mirabeau, o líder revolucionário francês, como o filósofo que mais fez para estender os direitos do homem sobre toda a Terra.
Foi impressor e autor, filósofo e homem de
Estado, cientista e inventor. Em suma, foi um dos homens mais importantes que o
continente americano produziu. De caráter simples, tinha uma personalidade
agradável e um senso de humor delicioso.
Quando jovem, tinha um físico de atleta, algo
que não podemos verificar pois os retratos conhecidos já o apresentam quando
homem de Estado. Seu olhar era sereno, afetuoso, destacando-se seus grandes
olhos cinzentos e uma boca grande, com expressão de bom humor, no rosto amplo.
Benjamin Franklin nasceu em Boston, em 1706,
como o 15º filho entre 17, de um pobre fabricante de velas. Frequentou a escola
pouco mais de um ano, pois cedo o pai o pôs a trabalhar. Quase tudo o que sabia
aprendeu à custa de esforço próprio, por si mesmo: Ciência, Filosofia, línguas.
Falava o latim, francês, alemão, espanhol e italiano.
Aos 12 anos, já era aprendiz na oficina do
irmão, que era impressor. Aos 17, escrevia artigos anonimamente e os colocava,
à noite, por baixo da porta para que fossem publicados pelo irmão. Nesse mesmo
ano, foi a Nova York e começou a trabalhar numa editora. Depois, estabeleceu-se
por conta própria. Fundou um jornal e uma revista.
Aos 42 anos, já conseguira juntar uma pequena
fortuna. A partir daí, dedicou outros 40 anos de sua vida a serviço da pátria.
Foi designado para missões diplomáticas, por duas vezes, na Inglaterra e uma na
França.
Como político, foi o primeiro a pensar nos
Estados Unidos como uma única nação e inventou um sistema de governos estaduais
unidos sob uma única autoridade, 20 anos antes da guerra da Independência
Americana.
Como cientista e inventor, foi o primeiro a
identificar os polos negativo e positivo da eletricidade. A ele devemos as
palavras e os conceitos de bateria, carga elétrica, condensador e condutor.
Inventou o para-raios, uma mão mecânica para levantar objetos situados em
lugares altos e o tamborete de cozinha que se transforma em escada.
Aos 78 anos de idade, inventou a lente dos
óculos bifocais. Como músico, tocava harpa, violão e violino e escreveu sobre os
problemas da composição musical.
Foi o primeiro a estudar os efeitos da água
sobre o casco de um navio durante a navegação, convertendo-se no pai da
hidrodinâmica. Também foi o primeiro a descobrir que o tecido escuro retém o
calor. Os europeus levaram cem anos para seguir seu conselho e levar roupa
branca para os trópicos.
Organizou a Sociedade Filosófica Americana, a
primeira associação científica dos Estados Unidos. Criou a primeira corporação
de polícia profissional e o primeiro serviço de bombeiros voluntários. Também
deu impulso à Sociedade Abolicionista e, na qualidade de diretor-geral dos
Correios, melhorou o serviço nacional e internacional, com a Inglaterra.
Foi, possivelmente, o escritor mais
popular no mundo de língua inglesa, com sua Autobiografia, Édito do Rei da
Prússia, Regras pelas quais um grande Império pode se tornar pequeno, O
almanaque do pobre Richard e um livro sobre os fenômenos elétricos,
que foi traduzido para vários idiomas.
Ele pregava a alegria do trabalho e praticava
o que pregava. Tinha um cuidado especial com as descobertas de outros,
insistindo para que a autoria fosse sempre atribuída aos autores corretos. Em
muitas ocasiões, retirava seus trabalhos se outro pesquisador tivesse
descoberto alguma coisa parecida com eles.
Acreditava que podia melhorar o próprio
caráter se a criatura se impusesse uma disciplina firme. É uma arte que
tem de ser estudada, como a pintura e a música, dizia.
Quando jovem, fez uma lista das qualidades
dignas de se admirar e se propôs a persegui-las: ia ser moderado no comer,
evitaria a tagarelice, seria sistemático nos negócios, terminaria qualquer
tarefa que começasse, seria sincero, trataria os outros com justiça, suportaria
as injustiças com paciência, evitaria as extravagâncias, não deixaria que as
pequenas coisas o afetassem.
Organizou um pequeno livro para si, separando
uma página para cada virtude, a fim de dedicar uma semana de atenção a cada uma
delas, de forma sequencial.
Ao desencarnar, no ano de 1790, aos 84 anos,
foi encontrado o epitáfio que ele mesmo escrevera, para si, nos dias da
mocidade: O corpo de Benjamin Franklin, impressor, como a capa de um
livro velho ao qual tivessem arrancado as páginas e tirado as letras e o ouro,
jaz aqui, comida para os vermes. Mas o trabalho não terá sido totalmente
perdido; porque, segundo ele crê, aparecerá mais uma vez, numa edição nova e
mais perfeita, corrigida e aumentada por seu Autor.
Para ele, dois anos antes, escrevera George
Washington: Se os desejos unidos de um povo livre, apoiados pelas
preces fervorosas de todos os amigos da ciência e da humanidade, pudessem
aliviar o corpo das dores e enfermidades, logo ficaria bom. Se ser venerado por
sua benevolência, admirado por seu talento, estimado por seu patriotismo, amado
por sua filantropia puder satisfazer a mente humana, terá o agradável consolo
de saber que não viveu em vão. O senhor será recordado com respeito, veneração
e afeto por este seu sincero amigo e mais obediente e seguro servidor.
Benjamin Franklin, entre outros Espíritos,
assina Prolegômenos em O Livro dos Espíritos, demonstrando fazer
parte daqueles que se fizeram presentes ao trabalho extraordinário da
Codificação da Doutrina Espírita.
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