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Prezados leitores, podemos definir preguiça
como um estado de prostração, sinônimo de ociosidade, que pode derivar de uma
origem orgânica ou psicológica. No século IV, o francês São João Cassiano
(teólogo cristão da época) juntamente com o papa Gregório Magno criou os sete
pecados capitais, dentre os quais está a preguiça. Desde então, esses
ensinamentos são constantes na Igreja Católica.
Trazendo esse pensamento para a Doutrina
Espírita, podemos concordar com nossos irmãos católicos no sentido de que, ao
nos entregarmos à preguiça, deixamos de utilizar nosso tempo para fazer algo
útil em prol do próximo e de nós mesmos. Aprofundando ainda mais esse
pensamento: uma vida de ociosidade não contribui para nossa evolução
espiritual.
Se Deus nos propusesse um minuto de trabalho
em troca da felicidade eterna, com certeza todos nós aceitaríamos. Ora, o que é
uma vida corpórea em relação a uma eternidade de existência? É um minuto, um
segundo. E quanto antes trabalharmos e nos esforçarmos, mais cedo
conquistaremos a verdadeira felicidade. Sendo assim, uma vida de labor nos
aproxima do genuíno bem-estar, enquanto que a preguiça caminha em sentido
oposto.
Em “O Livro dos Espíritos” aprendemos que
toda ocupação útil é um trabalho. Portanto, quando cuidamos de um doente,
estamos trabalhando. Aperfeiçoar a inteligência (a nossa e a do nosso próximo)
também é trabalho A criança mais velha que ensina a matéria da lição de casa
para a mais nova, está trabalhando. A mais nova que dá de beber ao gatinho de
estimação, também trabalha. Até o bebê que suga o leite no peito materno,
trabalha para a sua própria conservação, para que se fortaleça e cresça,
podendo no futuro trabalhar de outras formas.
Nos mundos superiores, o trabalho é menos
material, uma vez que a necessidade dos que ali habitam não é material. Mas
ainda assim, ele continua existindo, pois sua ausência não seria motivo de
alegria, mas sim suplício. Os momentos de preguiça não são almejados pelos
espíritos mais evoluídos. Como exemplo, temos muitos: Jesus, Allan Kardec,
Bezerra de Menezes, Chico Xavier, etc. Todos eles utilizaram de todo o tempo
disponível para praticar a caridade e serem úteis de variadas formas.
Portanto, quando estamos de pernas pro ar num
dia de domingo, e um faminto bate à nossa porta pedindo alimento, será que
temos o direito de reclamar, julgando sermos incomodados em nosso tão merecido
sossego? A resposta revela-se óbvia: não.
E ousamos observar ainda outro ponto: a quem
mais possui bens materiais e que, por este motivo, não precisa ser mão de obra
em nenhum serviço profissional, mais deve ser útil a seus semelhantes, pois
possui mais tempo livre para tanto.
Deixar os dias, meses e anos passarem
preguiçosamente, à espera de uma salvação milagrosa para nossa alma, é perda de
tempo. A vida não acaba com a morte do corpo material. A evolução, a caridade,
o trabalho e a reforma íntima são o caminho, e a reencarnação é subsídio para
isso.
Que possamos absorver e praticar os
ensinamentos de Jesus e seus discípulos, sem esmorecer e nunca com preguiça.
Que a paz de Jesus esteja e permaneça
convosco hoje e sempre!
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