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Comprovar a reencarnação segundo os
parâmetros limitados da ciência atual ainda parece um sonho impossível, embora
o pesquisador canadense-americano Ian Stevenson (professor da Universidade da
Virgínia falecido em 2007) tenha levado esse campo a avanços consideráveis.
As pesquisas envolvendo o tema analisam
evidências que podem ser classificadas em três tipos diferentes. O primeiro
deles se refere a episódios nos quais as pessoas falam espontaneamente sobre
fatos e lembranças do que teria sido uma vida anterior. O segundo deriva da
regressão hipnótica, e o terceiro está relacionado a mensagens do tipo
mediúnico. Conheça mais sobre eles a seguir.
Memórias espontâneas
Esse grupo inclui ocorrências de sonhos, déjà
vu, lembranças pós-traumáticas e experiências espontâneas (em geral
apresentadas por crianças) de lembranças de vidas passadas. Nesta última
subdivisão se encontram os casos mais sólidos, na opinião de Stevenson e de
outros pesquisadores.
Segundo Stevenson, as crianças são o objeto
preferido de estudos reencarnatórios porque a possibilidade de que elas tenham
absorvido informações por meio de mídias diversas é bem reduzida. Em geral,
elas começam a falar sobre essas “memórias” antes de ser alfabetizadas e as
descrevem de forma bem simples, como se não se preocupassem com o fato de
alguém acreditar ou não nelas. Como a pessoa morta teria falecido pouco antes
do nascimento da criança na qual ela reencarnaria, fica mais fácil também
reunir testemunhos de indivíduos que possam confirmar ou não dados dessa vida
passada.
Sob esse prisma, as recordações do tipo déja
vu têm importância muito menor. O general americano George S. Patton, herói da
II Guerra Mundial, teve experiências famosas nesse terreno. Em 1943, após bater
as tropas do Eixo na Sicília, por exemplo, o general passou algum tempo na ilha
para conhecê-la. Ele interrompeu seu guia diversas vezes para falar sobre
locais e detalhes de fatos históricos obscuros. Surpreso, o guia perguntou-lhe
no fim se já havia visitado a Sicília e ele respondeu: “Acho que sim.”
Sonhos relacionados à reencarnação podem
envolver tanto informações sobre uma vida passada quanto mensagens para uma
mulher grávida relativas à existência anterior de seu bebê (estas últimas são
mais comuns em culturas que aceitam a ideia de reencarnação).
Uma mulher britânica, por exemplo, sonhava
constantemente que ela e um amiguinho caíam de uma galeria alta sobre um piso
de mármore, num antigo pátio. Ao visitar uma casa abandonada, ela reconheceu o
lugar e, ao ver dois retratos na parede, identificou-os como os de seus “pais”.
Em seguida, descobriu que, séculos antes, um menino e uma menina, filhos do
casal retratado, haviam caído daquela galeria e morrido.
Após um tombo no qual quase perdeu a vida,
outra mulher britânica, então com 3 anos, passou a dizer que a Inglaterra não
era seu país. Quando adulta, ela foi ao Museu Britânico e concluiu que sua
morada anterior era o Egito, onde teria vivido como uma sacerdotisa. Tal era a
força dessa conclusão que ela se casou com um egípcio e mudou-se em definitivo
para o país africano.
Regressão hipnótica
Esse grupo, que abrange recordações extraídas
sob hipnose ou terapia de vidas passadas (TVP), foi o responsável por
reintroduzir o tema reencarnação em grande escala no Ocidente. Esse marco
ocorreu em 1954, quando o hipnólogo amador Morey Bernstein causou um grande
impacto nos Estados Unidos ao divulgar em jornais a história de Ruth Simmons,
uma jovem dona de casa paciente sua que, sob hipnose, declarou se chamar Bridey
Murphy e ter vivido na Irlanda no início do século 19.
Embora a moça fornecesse diversas informações
verificáveis sobre Bridey e a vida cotidiana irlandesa daquela época, o caso
posteriormente perdeu força porque muitos estudiosos disseram que a moça
poderia simplesmente ter descrito dados lidos, vistos ou ouvidos quando ela era
criança. Muitos profissionais que trabalham com a TVP, aliás, dizem que os
conteúdos revelados por seus pacientes não representam necessariamente vidas
passadas.
Mediunidade
Nesse grupo, detalhes sobre vidas passadas
seriam transmitidos por médiuns – por exemplo, os relatos de reencarnações
feitos pelo médium americano Edgar Cayce. Segundo os pesquisadores, esses são
os casos mais vulneráveis a fraudes, e mesmo os dados mais críveis colhidos
dessa forma podem ter sido obtidos consciente ou inconscientemente pelo médium
em outras fontes de informação.
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