Como devemos nos comportar após a morte de um ente querido?
É natural e inevitável que sintamos saudade do convívio, da companhia,
da presença da pessoa em nossa vida.
Lágrimas de saudade não prejudicam quem
parte.
O que prejudica, dificulta o desligamento, perturba o espírito que parte
é a revolta, a blasfêmia contra Deus, a não aceitação, a inconformação.
Todos esses sentimentos dos encarnados
repercutem no espírito desencarnado em forma de angústia, desespero e aflição.
A saudade, como bem disse Chico Xavier, existe dos dois lados da vida.
Mas quem parte poderá sofrer mais que
nós, senão vejamos.
Nós continuamos aqui com nossa rotina diária, nossa família, trabalho,
amigos etc. Quem parte leva na bagagem somente a sua essência, suas vivências e
seus sentimentos e, via de regra, é levado para outros locais como, por
exemplo, colônias espirituais diversas, áreas de refazimento espirituais,
hospitais etc.
Como se vê, nós continuamos no nosso ambiente (Terra) com tudo que faz
parte da nossa vida, mas os desencarnados, não. Eles irão ingressar num novo
mundo onde terão que se adaptar ou, se preferirem, se readaptar. A dificuldade
dessa adaptação será proporcional ao nível de apego que o espírito tiver em
relação às pessoas e aos bens que deixou na Terra.
É certo que não ficarão sozinhos e desamparados, pois temos amigos e
familiares que nos aguardarão na porta da nova vida, mas que a rotina muda,
muda sim, e muito.
E o “novo” sempre traz dúvidas, inseguranças e problemas de adaptação.
Dessa forma, é egoísmo pensar somente na nossa dor, no nosso sofrimento
pela perda do ente querido.
Lembremo-nos que quem partiu também poderá estar sentindo tudo isso
também, necessitando, portanto, de nossa ajuda que poderá ser oferecida por
meio das preces e resignação à vontade de Deus.
NO VELÓRIO:
“Quando comparecemos a um velório
cumprimos sagrado dever de solidariedade, oferecendo conforto à família.
Infelizmente, tendemos a fazê-lo pela metade, com a presença física, ignorando
o que poderíamos definir por compostura espiritual, a exprimir-se no respeito
pelo ambiente e no empenho de ajudar o morto.”(2)
Excetuados os familiares, o que costumamos ver são pessoas que parecem
estar numa oportuna reunião social, onde velhos amigos se reencontram, com o
ensejo de “por a conversa em dia”. Contam-se piadas, fala-se e futebol,
política, sexo, modas…
Ninguém se dá ao trabalho sequer de reduzir o volume da voz, numa zoeira
incrível, principalmente ao aproximar-se o horário do sepultamento, quando o
recinto acolhe maior número de pessoas.
Ainda preso ao corpo morto, o desencarnante, em estado de inconsciência,
recebe o impacto dessas vibrações desrespeitosas e desajustantes que o atingem
penosamente, particularmente as de caráter pessoal. Como se vivesse terrível
pesadelo ele quer despertar, luta por readquirir o domínio do corpo,
quedando-se angustiado e aflito.
Qual deve ser nossa postura em um
velório, então?
·
Guardar para o desencarnado todo sentimento de carinho, ternura e
tolerância, sublimado pela oração.
·
Formar um clima de serenidade através de assuntos elevados.
·
Evitar comentários sobre defeitos, deslizes e sobre o que faltou
realizar.
·
Evitar comentários de lástima pelos familiares.
·
Evitar piadas e conversas acerca da forma do desencarne.
·
Orar. A prece cria um ambiente de paz, tranquilidade e ajuda a todos os
envolvidos.
Vimos que ajudar não é difícil, basta manter o pensamento edificante,
preces sinceras e desejo verdadeiro de ajudar. Isto resulta em eflúvios,
vibrações salutares e balsamizantes, que auxiliarão o desencarnado e também
contribuirão com os trabalhadores espirituais, no socorro e auxílio ao espírito
em passagem.
VISITA AO TÚMULO:
A visita ao túmulo apenas expressa que lembramos do amado ausente,
MAS não é o lugar, objetos, flores e velas que realmente importam. O que
importa é a intenção, a lembrança sincera, o amor e a oração – e para isso não
precisamos estar no cemitério.
Túmulos suntuosos não importam e não fazem diferença para quem parte.
A oração sincera sempre aquieta e acalma o espírito e esse é o melhor
meio de ajudarmos quem partiu antes de nós. Facilitará o desprendimento e a
entrada mais tranquila no Mundo Espiritual.
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