A violência tem aumentado consideravelmente
em nossos dias. Às vezes nos questionamos se hoje o mundo está mais violento
que antes, mas o que percebemos é a facilidade dos meios de comunicação que nos
fazem saber das notícias no momento em que está acontecendo. A mídia aproveita
ainda certo prazer que muitos têm em ouvir estas notícias cada vez mais
agressivas, violentas e cheias de detalhes que nos apavoram sempre que nos são
mostradas e fazem dos fatos violentos como se fosse só isto que estivessem
acontecendo no mundo.
Este aumento significativo da violência nos
centros urbanos faz-nos pensar que houve um retrocesso no processo evolutivo do
Espírito. Mas, como sabemos que o Espírito não retroage nesta caminhada em
direção ao progresso, o fato nos comprova que está havendo uma incidência muito
grande na reencarnação de Espíritos ainda dominados por instintos, sem noção
razoável do bem e do mal, com ausência do senso moral. Obedecendo apenas aos
impulso primários, cometem toda sorte de violência, sem um sentimento de
remorso.
Quais são as causas de tanta violência?
Afastamento de Deus – falta de Religião, separação da Ciência e Religião,
filosofia materialista, educação equivocada – materialista ou declínio da
educação? Podemos dizer que tudo isso colabora para aumentar a violência, mas,
resumindo, diríamos que o problema maior é a falta de espiritualização do
homem. O resto, miséria, crueldade, egoísmo, injustiças, leis imperfeitas,
fanatismo, desagregação familiar, ódios, corrupção e tudo o mais não passam de
efeitos, mediatos ou imediatos.
Como somos ainda egoístas e orgulhosos, vamos ignorando o código de conduta deixado por Jesus, em Seu Evangelho; esquecendo que somos Espíritos imortais e que viemos de Deus, destinados à perfeição e felicidade; que viemos de outra dimensão e de outras existências pretéritas e que estamos aqui para promover o nosso reajuste dos equívocos cometidos no passado e buscar nosso desenvolvimento espiritual; e que vamos prosseguir nos diversos ciclos reencarnatórios, pelo aprendizado constante, sofrendo enquanto não aprendemos a amar, até chegarmos ao estágio de Espíritos puros e dedicados unicamente ao trabalho do amor e da paz.
Espíritos endurecidos, ainda ligados ao mal,
percebendo que não voltarão tão cedo a reencarnar no Planeta Terra nesta nova
fase de Regeneração, se dedicam a toda sorte de desmandos, tentando dificultar
a implantação do Reino de Deus em definitivo, primeiro em nós e depois no novo
mundo que começa a se vislumbrar, bem como a formação de um só rebanho tendo o
Cristo como o único Pastor.
Aqueles que tiveram sua última chance de
reencarnar neste período de transição e não estão aproveitando, vão se deixando
envolver facilmente por estes irmãos que não querem a vitória do Cordeiro de
Deus, criando este clima de muitas dores ainda, de muita violência, fazendo que
se cumpram o que o Cristo dizia sobre estes tempos de mudança.
Joanna de Ângelis nos diz que “o violento
deve ser examinado como alguém perturbado em si mesmo, em lamentável processo
de agravamento. Não obstante, merece tratamento a agressividade (a violência)
que procede do espírito, cujos germens o contaminam em decorrência da
predominância dos instintos materiais que o governam e o dominam”.
A Doutrina Espírita oferece uma solução para
a violência que cresce nas cidades: a educação, não apenas a educação
acadêmica, mas a educação moral, formadora de caracteres saudáveis, que
transforma o homem velho no homem novo, formando, por consequência, uma
sociedade mais justa e altruísta. É o “amai-vos e instruí-vos” recomendado pelo
Espírito de Verdade.
O Espiritismo é, portanto, um dos grandes
antídotos para a violência… Aquele que conhece o Espiritismo sabe que terá de
se modificar interiormente, se quiser ser mais feliz. Marco Prisco em “Luzes do
Alvorecer”, psicografia de Divaldo Franco, nos diz que “somente quem ama e se
reveste de bondade pode resistir aos conflitos e desafios perturbadores da
sociedade agressiva que prefere ignorar o Bem.”
Em “O Livro dos Espíritos”, questão 756,
Allan Kardec pergunta aos Espíritos Superiores se “a sociedade dos homens de
bem se verá algum dia expurgada dos seres malfazejos”. Os Espíritos responderam
que “a Humanidade progride. Esses homens, em quem o instinto do mal domina e
que se acham deslocados entre pessoas de bem, desaparecerão gradualmente, como
o mau grão se separa do bom, quando este é joeirado. Mas, desaparecerão para
renascer sob outros invólucros (…)”.
Richard Simonetti nos lembra que “quando a
contenção da violência deixar de ser um problema policial e se transformar em
questão de disciplina do próprio indivíduo; quando a paz for produto não da
imposição das leis humanas, mas da observação coletiva das leis divinas, então
viveremos num mundo melhor.”
Acreditamos, assim, que somente quando o
homem aprender a “amar o próximo como a si mesmo” e perceber que “fora da
caridade não há salvação” é que conseguiremos implantar a paz, primeiro em
nossos corações e depois em toda a Humanidade.
“Bem-aventurados os que são
brandos, porque possuirão a Terra. Bem-aventurados os pacíficos, porque serão
chamados filhos de Deus.” (Jesus -Mateus, 5:4-9)
Federação Espírita do Maranhão
Fonte: Kardec Rio Preto
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