Orson Peter Carrara
Segundo o grande filósofo e doutor da Igreja
Católica São Tomás de Aquino, que escreveu
o “Tratado da Gratidão”, essa grande virtude apresenta-se em três
níveis:
1- Nível superficial: é aquele
racional que presta ao outro apenas um reconhecimento por sua atitude. Seria
simplesmente a gratidão em si mesma.
2- Nível intermediário: é o de agradecimento,
que dá graças, que louva àquele que lhe prestou algum benefício. No caso, vai
além da simples manifestação de gratidão, mantendo-se a permanência desse
sentimento.
3- Nível profundo: é aquele que se
compromete com a pessoa que lhe fez o favor, ou a boa atitude. Ele apresenta um
nível de vinculação entre as pessoas.
É muito interessante porque nessa análise, o
professor da Universidade de São Paulo (USP) Jean Lauand, durante uma
conferência na Universidade Autônoma de Barcelona, na Espanha, teve a seguinte
conclusão: (o vídeo de poucos minutos está disponível na internet e o leitor
encontrará com facilidade, numa fala genial).
Alguns idiomas, como o inglês e
o alemão, agradecem no primeiro nível da
gratidão. Thank you e zu danken remetem ao
reconhecimento no plano intelectual.
Já, a maioria dos idiomas europeus agradece
no segundo nível. Como merci do francês, grazie do italiano e gracias do espanhol que
expressam sobre alguém que dá graças ou dá uma mercê, um agradecimento a outro.
No entanto, apenas o português possibilita
agradecer no nível mais profundo da gratidão em apenas uma
palavra. O “obrigado” traz o sentido da obrigação, “eu me obrigo com você por
ter me feito isso…”, gera o comprometimento mútuo, gera vínculos.
Notem os leitores, conforme conclusão do
citado professor, que no idioma português está o sentido mais profundo da
palavra, o que “obriga-se” ao benfeitor, levando o beneficiado a comprometer-se
com seu benfeitor pela gentileza, doação ou benefício recebido, gerando outras
ações de vinculação que ligam as pessoas.
Nota do autor: o presente texto é adaptação
de textos disponíveis na net.
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