Já ouvimos essa frase ou mesmo já dissemos,
especialmente num repente de rebeldia na adolescência: – Não pedi para nascer!!
Será mesmo?
O escritor espírita Richard Simonetti aduz
com muita propriedade:
“Ledo engano. No Plano Espiritual não
só pedimos como, não raro, imploramos a casais em disponibilidade que nos dêem
a oportunidade de um retorno às experiências humanas, reconhecendo-as
indispensáveis à nossa edificação e à solução de problemas cármicos.”
Nossa reencarnação se dá com vistas ao nosso
adiantamento, nosso progresso e à reparação de erros cometidos no passado –
que implicam em reconciliações com antigos desafetos (que prejudicamos),
eis que é impossível avançar com segurança e liberdade deixando rastros de dores
para trás: sem consciência limpa não adquirimos a “asa” da libertação.
Dessa forma, é muito frequente a reencarnação
entre afetos e desafetos.
Qual o papel de cada um deles na nossa nova
existência?
Nossos amados, espíritos com os quais
possuímos laços de afetividade, serão o porto seguro, pessoas da família ou
amigos que nos ajudarão a superar as dificuldades e a passar pelas provações,
tornando a nossa vida mais leve e feliz.
E os adversários? Eles são os parentes
difíceis, a exigir de nós constantes sacrifícios. Não sentiremos simpatia por
eles e a convivência fraterna será um grande desafio. Mas será por meio dessa
convivência que teremos a possibilidade de transformar os sentimentos de
aversão, ressentimento, mágoa, em amor e perdão.
O palco da vida, dessa forma, é preparado
para nos receber. E quando estamos desencarnados, no intervalo entre uma
existência e outra, sentimos em profundidade a importância de estarmos todos
reunidos novamente.
Assim, solicitamos aos benfeitores
amigos que nos reúna novamente sob o mesmo teto para que possamos nos
reajustar com os adversários, aprimorar o amor por aqueles com os quais já
possuímos afinidade, desenvolver o amor genuíno por todos e avançar na senda do
progresso, apoiando-nos naqueles que nos amam.
Sim, pedimos para nascer. E como
desejamos estar exatamente nesse lar que muitas vezes negligenciamos na
atualidade….
Reencarnar não é difícil não. Ocorrem 77
milhões de nascimentos por ano no mundo. Na Índia ocorrem 33 partos por minuto
e deve ultrapassar a população da China em 2035.
Difícil mesmo é retornar nessas
condições “ideais”: estar com as pessoas certas, na hora certa.
Juntar todos os envolvidos não é tarefa
fácil. Quase sempre existem outros espíritos na fila, antes de nós, aguardando
e necessitando da mesma oportunidade: reencarnar junto daqueles que serão seus
pais, irmãos, avós, tios, amigos….
E aí, o que ocorre? Reencarna primeiro aquele
que tiver mais preparado e estiver mais tempo aguardando a sua hora chegar.
Por isso, valorizemos a grande oportunidade
que temos de conviver bem com aqueles que Deus nos ofereceu como familiares
nessa existência, e façamos por merecer futuros empreendimentos ao lado de
criaturas amadas, promotoras de bem-estar e alegria aos nossos corações.
Fernando Rossit
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