A
assistência aos moribundos é de extremo valor para a alma antes e depois do
desencarne, pois ela contribui muito para duas coisas fundamentais: em primeiro
lugar, evitar que a alma fique presa a Terra após o desencarne, e, em segundo
lugar, possibilitar uma passagem tranquila para a alma.
A
primeira medida que podemos tomar, ao ter contato com alguém próximo que esteja
prestes a desencarnar, é conversar com essa pessoa sobre a resolução de todas
as suas principais pendências humanas. Chamamos de pendências humanas tudo
aquilo que de alguma forma pode prender a pessoa à sua existência atual.
Algumas pessoas são muito apegadas a filhos, irmãos, pais, cônjuge ou amigos. Outras são apegadas a bens e patrimônio. Outras são apegadas a títulos, intelecto, crenças, religião etc. Outras ainda se prendem a sentimentos e processos psicológicos individuais, como mágoas, culpa, vazio, ódio, carência etc.
Tudo
isso pode ser conversado com a pessoa em questão sendo objeto de um diálogo
franco e aberto. Por exemplo, se o moribundo estiver preso à mágoa com relação
a alguém, é preciso mostrar a ele o quanto esse sentimento pode lhe ser
prejudicial após a morte. No caso de se tratar de alguém aberto a
espiritualidade, é possível mencionar que alguns espíritos podem ficar tão
apegados a suas mágoas e a outros sentimentos que frequentemente ficam presos a
Terra, se ligando a um encarnado, e passando a ele toda uma carga de
sentimentos negativos e até doenças.
Além
disso, o espírito preso a emoções inferiores pode tentar prejudicar aqueles
que, em vida, supostamente o fizeram mal. Dizemos “supostamente” pois muitas
vezes aquilo que consideramos como mal vem para o nosso bem, depende sempre de
como a pessoa assimila aquela experiência. Em outro exemplo, uma mãe pode
sentir apego, culpa ou outro sentimento relacionado a um filho, e pode sentir
preocupação com ele após a sua morte. Por estar preocupada com o filho, ela
pode se recusar a seguir adiante e permanecer no nível da Terra, tentando
“ajudar” esse filho em suas problemáticas do dia a dia.
Aqui é preciso dizer que a mãe nesse estado errático em nada contribui com seu filho, muito pelo contrário: pode prejudicá-lo de diversas formas, até mesmo criando doenças a ele, bloqueando seu profissional, travando seus relacionamentos etc.
Por
esse motivo é que enfatizamos a importância desse diálogo com o moribundo para
que ele se desprenda de tudo aquilo que possa ser motivo de sua permanência na
Terra. A pessoa deve então conversar com o moribundo e explicar o valor do
desapego de todos os assuntos humanos, sejam eles quais forem. É bom dizer que
dessa vida nada se leva, a não ser aquilo que existe de mais elevado na alma
humana, como o amor, a compaixão, a sabedoria, as virtudes etc.
A
segunda medida a se realizar a fim de prestar o auxílio necessário as almas
prestes a desencarnar é descrever passo a passo as etapas do pós-morte, caso
isso seja possível. Mas que etapas são essas? Em primeiro lugar, a alma se verá
saindo do corpo físico. Nesse momento, a pessoa verá o próprio corpo estando
fora dele em espírito. Esse é o primeiro sinal de que houve o desenlace e que
não temos mais um envoltório material, pois agora somos almas ou espíritos
eternos em estado de passagem a nossa nova morada espiritual.
As
etapas seguintes não ocorrem necessariamente numa ordem cronológica, ou seja,
uma pode ocorrer antes ou depois da outra. Essas etapas são: o encontro com
parentes e amigos; a revisão de toda a nossa vida; a visão e ou a “sensação” de
uma luz espiritual que poderá ser nosso guia no Além.
O
encontro com parentes e amigos é muito comum após o desencarne e é importante
mencionar isso ao moribundo. Pessoas queridas e amadas, que ele conheceu nesta
ou em outras vidas, podem vir recebê-lo. Isso ajuda a alma recém-desencarnada a
se sentir segura num estado espiritual que ainda não lhe é familiar,
colaborando com sua adaptação no outro lado da vida. É bom dizer ao moribundo que
ele poderá rever pessoas que ele ama e que se encontrarão com ele após a morte,
pois isso provavelmente o acalmará e o fará ver a morte sob outra perspectiva.
Outra
etapa do pós-morte é a revisão de toda a nossa atual existência terrena.
Teremos contato com um flash back de nossa vida. Todos os atos bons ou ruins
praticados aparecerão com toda a força e vivacidade diante de nós, como se
fosse um filme passando; a diferença é que nesse filme nós somos os principais
atores e sentimos tudo o que acontece conosco e também com outras pessoas que
fizemos o bem ou o mal.
A
alma que só praticou o mal, verá todo o mal realizado e se lamentará. Por outro
lado, a alma que praticou o bem, verá e se regozijará com todo o bem semeado.
Esse é o famoso “Dia do Julgamento” tal como mencionado pelas grandes religiões
do mundo. Mas ao contrário do que algumas doutrinas pregam, não é Deus ou um
tribunal cósmico que julga nossas ações, mas sim nossa própria consciência.
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