Elias B. Ibrahim
De conformidade com os ensinamentos
espíritas, o aborto é crime dos mais condenáveis. Praticado no silêncio,
covardemente, contra um ser indefeso, o aborto é um atentado à vida, dada por
Deus e que somente pelo Criador pode ser tirada.
Dizer que a mulher é dona do seu corpo e dele
pode dispor como bem entender, não é verdade, porque ninguém é dono do corpo,
tanto assim que quando desencarnamos o nosso corpo fica na Terra. Somos apenas
usufrutuários do próprio corpo. Portanto, uma das argumentações preferidas, a
de que “a mulher é dona do seu corpo”, é radicalmente falsa e não pode ser
aceita como pretexto para a prática do aborto.
Ainda assim, se pensássemos (erradamente) que
a mulher “é dona do seu corpo”, ela não teria direito de fazer o aborto, porque
o aborto atinge um outro corpo, um ser distinto da mãe. A própria lei dos
homens ensina que o nosso direito vai até onde começa o do próximo.
Outra pseudo-justificativa preferida dos
abortistas é a de que “não tem condições de criar o filho” ou “o filho não foi
desejado”. Ambas as colocações não são justas, porque se levarmos adiante essa
alegação de que “não tem condições de criar” ou “o filho não foi desejado”,
muitas crianças seriam mortas, muitos velhos seriam eliminados sob o mesmo
pretexto, pois a diferença é apenas de idade. O feto é igualmente um ser vivo,
a partir da concepção, contando com alguns dias ou meses de vida, quando é
assassinado sob as falsas justificativas acima expostas.
A verdade é que devemos fazer a opção antes da concepção, depois é assumir o que está feito. É uma questão de responsabilidade. Não merece crédito quem não assume o que faz. O que diríamos de uma pessoa que assinasse um contrato e depois não o cumprisse sob a desculpa de que “não tem condições” ou “não desejava”? Diríamos, certamente, é um irresponsável, um inconseqüente, não pensa para fazer as coisas, essa pessoa não merece mais confiança para negócios. No caso do aborto o compromisso é entre duas pessoas, homem e mulher e ambos têm responsabilidade pelo crime. As pessoas que aconselham, que divulgam o aborto, o cirurgião que executa, são coniventes com o crime e prestarão contas à justiça divina.
Há somente um caso em que o aborto é aceito
pelo Espiritismo: quando está em risco a vida da mãe, comprovadamente. Nessa
hipótese devemos salvar a mãe, que tem já sua vida em andamento, outros filhos
para criar, muitas vezes. Somente nesse caso. Fora disso devemos aceitar o
filho, Pois “não cai uma folha seca de uma árvore sem que Deus queira”.
Devemos promover campanhas de orientação às
mães, aos pais, para que não cometam o crime que muito pesará em suas
consciências.
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