POR MOREL FELIPE WILKON
O que eu fui na vida passada?
Quase todo mundo que acredita em reencarnação
tem essa curiosidade de saber o que foi na vida passada. Na verdade, vida nós
temos só uma. Nós somos seres imortais. Temos uma vida e experimentamos muitas
existências.
Tudo o que nós já vivemos, tudo o que nós já
sentimos, pensamos, falamos e fizemos está arquivado dentro de nós. Jesus se
referiu a isso ao dizer que “até os fios de cabelo de vossas cabeças estão
todos contados”. Mas evidentemente o nosso cérebro físico não tem acesso a
esses dados. O cérebro físico pertence a essa existência terrena, não pode
acessar dados de existências anteriores.
Há casos em que nós temos pequenas lembranças
de outras existências. Nós lembramos de cenas, de situações, sentimos
determinadas emoções que sabemos que não são da existência atual – e quem sente
isso sabe que isso não é fantasia, é lembrança real.
Há casos também, mais raros, de pessoas,
principalmente crianças, que lembram nitidamente de fatos da sua existência
imediatamente anterior a essa. Alguns desses casos são relatados no livro 20
casos sugestivos de reencarnação, do Dr. Ian Stevenson – um pesquisador
canadense, não-religioso, que dedicou a sua vida a pesquisar sobre a
reencarnação. Nesses casos relatados por ele há inclusive sinais de nascença,
nessas crianças, relacionados a fatos vivenciados por elas na existência
anterior.
Existem vários fatores que são capazes de
despertar lembranças de uma existência anterior. Algum lugar que visitamos,
algum trauma que experimentamos, uma doença, um sonho – eu tive contato com
alguns acontecimentos passados quando desdobrado, na chamada projeção
consciente.
E existem métodos artificiais, provocados,
para reativar a memória de outras existências. A regressão, a hipnose, a
terapia de vidas passadas são talvez as mais conhecidas.
Particularmente eu não aconselho esses
métodos. Não tenho nada contra. Mas, se o terapeuta não for suficientemente
capacitado para conduzir o processo com segurança, os resultados podem ser bem
diferentes daquilo que se espera. Temos que ter em mente que somos ainda muito
imperfeitos, muito falhos, que já cometemos muitos erros e que já sofremos
muito. Se nós lembrarmos de fatos desagradáveis que nos marcaram no passado e
formos capazes de revivê-los, dando novo significado a eles, ótimo – mas se
apenas lembrarmos, reavivando-os em nós, isso pode ser prejudicial.
Lembremos que nós reencarnamos próximo de
pessoas com quem nós temos reajustes a fazer. Se recuperássemos a memória de
experiências anteriores com essas pessoas talvez não saberíamos lidar muito bem
com isso.
Na verdade, se nós nos dedicamos a estudar as
coisas do espírito, se nós adotamos a prática de servir ao próximo, e se nós
reservamos algum tempo para analisar a nós mesmos, ao autoconhecimento, a
perscrutar a própria consciência, nós descobrimos quem somos.
O que nós somos hoje é o resultado do que nós
fomos em outras existências. Nós nos construímos todos os dias. Os nossos
pensamentos íntimos, os nossos desejos mais secretos, os medos que nós não
contamos pra ninguém, isso é o que nós conseguimos fazer com nós mesmos até
agora. Se não está bom, temos que tratar de neutralizar essas características
através do trabalho – não interessa toda a soma de experiências que nos fez
assim.
Observe o tipo de pessoas que lhe atrai, o
tipo de ambiente que você procura, as suas falhas de caráter – seja honesto
nessa análise e você terá uma boa noção do que você fez em outras existências.
As suas tendências, os seus gostos, as suas
capacidades, tudo isso fala de você. Não importa o que você foi e o que você
fez – não importa O QUE, mas COMO. Como você ficou, como isso agiu em você – e
para isso basta observar a si mesmo.
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