Por Jorge Hessen
Antigamente
a doença de Alzheimer era vulgarmente conhecida como “caduquice” e tratada como
um estado de demência progressiva. Caracterizada pela perda contínua das
aptidões do indivíduo, como extermínio da memória, dificuldade na linguagem e
no pensamento, ela afeta progressivamente as funções corticais do indivíduo,
ocorrendo atrofia do cérebro e, por isso mesmo, as funções cognitivas e motoras
são deterioradas irreversivelmente.
Embora ainda não tenha cura, o uso de
medicamentos como Rivastigmina, Galantamina ou Donepezila, junto com terapia
ocupacional (estímulos), podem auxiliar no controle dos sintomas e retardar a
sua progressão, melhorando a qualidade de vida do paciente.
A “Alzheimer” é mais comum em idosos. No
estágio inicial (leve) podem surgir sintomas como: dificuldade para lembrar os
acontecimentos mais recentes (a lembrança de situações antigas permanece
normal), dificuldade para achar o caminho de casa, não saber o dia da semana,
repetir as mesmas perguntas. Na fase moderada, a pessoa apresenta incapacidade
de fazer a higiene pessoal, anda sujo, tem dificuldade para ler e escrever,
alterações do sono, troca do dia pela noite.
Na etapa avançada o doente não consegue
memorizar nenhuma informação atual e nem antiga, não reconhece os familiares,
os amigos e locais conhecidos, nem as coisas do ambiente (agnosia), perdem a
coordenação para os mais simples movimentos úteis, como vestir uma roupa
(apraxia).
Allan Kardec não fez referência à
enfermidade, todavia cremos que o Espírito do enfermo permanece em estado
parcial de “desdobramento”, pela impossibilidade de utilizar-se do cérebro que
está em definhamento. São pessoas comprometidas com graves crimes morais de
existências passadas. Certamente a rigidez de caráter (intolerância), a culpa,
os processos obsessivos de subjugação, a depressão, o ódio e a mágoa
realimentados a longo prazo podem ser matrizes admissíveis para a ocorrência do
mal de Alzheimer.
Naturalmente, o empenho da família em
moléstias desse tipo é de elevada importância, tanto em relação à melhoria da
qualidade de vida do paciente quanto do ponto de vista das demandas
espirituais, pois seguramente o grupo familiar está coligado às “contas do
destino criadas pelo mesmo”, por isso o imperativo da reparação.
O tratamento espiritual é de essencial
importância, inclusive para a família, pois os parentes sofrem muito com o
gradual alheamento do ser querido, que passa por um processo lento, espesso,
dolorido de perda de intercâmbio cognitivo com os familiares e amigos. É como
um delongado e gradual “processo de desencarnação”.
As presumíveis causas espirituais, como
processos obsessivos e atitudes de intransigência moral, entre outras conforme
mencionamos acima, recomendam a necessidade de ininterrupta diligência de esclarecimento
espiritual, com leitura diária de páginas evangélico-doutrinárias e frequência,
se possível semanal, à casa espírita para tratamento com passes e águas
fluidificadas.
Nessas penosas conjunturas os familiares e ou
cuidadores têm a chance de desenvolver suas potencialidades espirituais como a
resignação, a tolerância, a aceitação, a vigilância irrestrita ao enfermo, a
renúncia, a submissão, o amor, que inequivocamente são tesouros morais
adquiridos pelos que se dedicarem aos portadores da doença de Alzheimer.
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