Allan kardec diz que são como fenômenos de
emancipação da alma, o sono e os sonhos são indicativos de que o Espírito encarnado nunca está inativo, ainda que mantido ligado ao corpo físico pelo
perispírito:
Durante o sono, apenas o corpo repousa, pois
o espírito não dorme; aproveita-se do repouso do corpo e dos momentos em
que a sua presença não é necessária para
atuar isoladamente e ir aonde quiser, no gozo então da sua
liberdade e da plenitude das suas faculdades. Durante a encarnação, o Espírito
jamais se acha separado completamente do corpo; qualquer que seja a distância a
que se transporte, conserva-se preso sempre ao corpo físico por um laço
fluídico , que serve para lembrá-lo de retornar a este, desde que a sua presença
ali se torne necessária. Somente a morte rompe esse laço.
O resultado imediato do sono é o sonho,
conceituado pelos orientadores da Codificação Espírita como “(…) a lembrança do
que o vosso Espírito viu durante o sono. Notais, porém, que nem sempre sonhais,
porque nem sempre vos lembrais do que vistes ou de tudo o que vistes. (…).”
Todas as pessoas sonham, uma vez que o
espírito continua em plena atividade enquanto o corpo físico dorme. Apenas não
se recordam dos acontecimentos ocorridos na
outra dimensão da vida: “(…) como o corpo é matéria pesada e
grosseira, dificilmente conserva as impressões
que o Espírito recebeu, já que
tais impressões não chegaram ao Espírito por meio dos órgãos do corpo.”
Pelo sono os Espíritos imperfeitos buscam os
seus afins, a eles se integrando
Os espíritos vão, enquanto dormem, ou a
mundos inferiores à Terra, onde os chamam velhas afeições, ou em busca de
prazeres talvez ainda mais baixos do que os que têm aqui; vão beber doutrinas
ainda mais vir, mais ignóbeis, mais nocivas do que as que professam entre vós.
E o que gera a simpatia na Terra não é outra coisa senão o fato de sentir-se o
homem, ao despertar, ligado pelo coração àqueles com quem acaba de passar oito
ou nove horas de felicidade ou de
prazer. O que também explica essas antipatias invencíveis é o fato de sentirmos
intimamente que essas pessoas têm uma consciência diversa da nossa, porque as
conhecemos sem nunca as termos visto com os olhos. É também o que explica a
indiferença de muitos homens, que não procuram conquistar novos amigos, por
saberem que há outros que os amam e os
querem. Numa palavra: o sono influi mais do que pensais na vossa vida.9
À medida que a pessoa desenvolve a capacidade
de lembrar-se dos sonhos — há orientações médicas e psicológicas a respeito —,
os sonhos se tornam mais nítidos. Surgem, então, com frequência cada vez maior,
os chamados sonhos espíritas, assim denominados pela lucidez e coerência das
lembranças. Esta situação é de grande valia para o encarnado, auxiliando-o em
seu progresso espiritual.
Os avisos por meio dos sonhos desempenham
grande papel nos livros sagrados de todas as religiões. (…) É com frequência a
ocasião que os Espíritos protetores aproveitam para se manifestar a seus
protegidos e lhes dar conselhos mais diretos. São numerosos os exemplos
autênticos de avisos por sonhos; porém, não se deve concluir daí que todos os
sonhos são avisos, nem, ainda menos, que tudo o que vê em sonho tem uma
significação qualquer. Deve-se incluir a arte de interpretar os sonhos no rol
das crenças supersticiosas e absurdas.
(Fonte: Feb)
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