por: Ricardo Guelfi de Souza
Ao longo da história do Brasil conseguimos
analisar vários episódios tristes, porém um deles a maioria dos brasileiros
desconhece. O chamado “Holocausto brasileiro” representa as décadas de
funcionamento do Hospital Colônia na cidade de Barbacena, Minas Gerais, que é hoje considerado por alguns
historiadores como um período de genocídio.
O Hospital Colônia era um asilo psiquiátrico que ficou conhecido pela
sua superlotação, pela crueldade e pelos mais de 60 mil. Os pacientes vinham de
toda a parte do país e chegavam em Barbacena
no último vagão dos “Trens de doidos” como ficaram conhecidas as
locomotivas que se assemelhavam aos trens que levavam judeus aos campos de
concentração nazistas. As superlotações se davam pelo negócio lucrativo que se
tornaram esses hospitais, que muitas vezes não tinham nem médicos como donos.
Para entendermos mais sobres os distúrbios
mentais conversei com o Médico Psiquiatra e apresentador do programa Nova
Mente, da rádio Boa Nova e TV Mundo Maior. Uma das minhas maiores dúvidas era
se os distúrbios mentais tinham relação com o espírito e se podiam ser
resgates. Ele nos explica que os distúrbios são “multifatoriais” e dependem de
quatro fatores: o biológico ou fator genético, o psicológico, o social e o
espiritual, sendo o último mediador podendo amenizar ou agravar a situação do
paciente. Dr. João nos lembrou ainda que algumas situações que passamos, apesar
de vermos como doença podem ser aprendizados que escolhemos passar e contribuir
para nossa evolução, mas que até podiam ser resgates por estarmos num período
de expiações.
Vou um pouco mais além no assunto e pergunto
se a mente e a alma são coisas distintas e ele me responde que a mente equivale
a alma que nada mais é que o espírito encarnado que irá se manifestar através
do cérebro, que fará o papel de “máquina” que servirá como um “filtro” para o
espírito. Com essas informações pergunto então se a crueldade e os abusos do
Holocausto brasileiro poderiam fazer mal ao espírito daqueles pacientes. Fiquei
intrigado com a resposta, porém compreendi. Ele me explicou que essas situações
acabam sendo experiências e aprendizados para o espírito e nas situações de
injustiça e crueldade a espiritualidade cuida e vigia e se necessário intervém
e o que foi vivido é levado em consideração nos rumos do progresso daquele
espírito.
Alguns relatos da época também nos mostram
que não haviam critérios de internação, nem diagnósticos das doenças, tão pouco
tratamentos eficazes, sendo muitos pacientes internados por causas sociais ou
políticas que foram intensificadas na ditadura militar. Perguntei ao nosso
entrevistado quais danos os tratamentos biológicos de choque e água fria
poderiam causar a esses pacientes saudáveis e ele nos disse que essas pessoas
não chegariam a desenvolver distúrbios se os quatro fatores não estivessem
comprometidos, porém que podia-se adquirir neuroses e até mesmo surtos
psicóticos pela pressão do cárcere e tortura.
Finalizando nossa entrevista pergunto ao Dr.
João se quando um espírito que sofria de distúrbios mentais morre ele recobra
sua lucidez rapidamente e ele disse acreditar que não de imediato e que deva
ser necessário passar por um tratamento auxiliado pelo plano espiritual que
então deixará o espírito saudável novamente. E como última pergunta quis saber
então como ele achava que deveria ser o tratamento da mente ou alma e ele nos
diz que temos que buscar os tratamentos dentro das quatro linhas, mas que a
psiquiatria existe para tirar o máximo dos transtornos mentais ajudando na
sensação de liberdade do espírito, e que pode ser que no plano espiritual
esteja tudo certo e encerrou dizendo: “a palavra chave é o amor” ensinada pelo
nosso mestre jesus.
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