por TV
Mundo Maior
Para
algumas religiões, a concepção de Maria é tida como um milagre, através da ação
do “Espírito Santo”. Este fato, explicaria uma fecundação assexuada. Já segundo
a doutrina espírita, não existem milagres, todos os acontecimentos fazem parte
da Lei Natural. Deus, em sua infinita perfeição, criou as normas que devemos
seguir e não há a necessidade do Criador realizar milagres para provar sua
grandiosidade. A questão dos milagres para o espiritismo é elucidada em “A
Gênese”, no tópico, “Faz Deus milagres?”
“Não
sendo necessários os milagres para a glorificação de Deus, nada no Universo se
produz fora do âmbito das leis gerais. Deus não faz milagres, porque, sendo
como são, perfeitas as suas leis, não lhe é necessário derrogá-las. Se há fatos
que não compreendemos, é que ainda nos faltam os conhecimentos necessários. “
O fato
de Jesus ter sido gerado de forma milagrosa, contraria as vias normais de
reprodução, e, para o espiritismo, esta é uma questão relevante, uma vez que a
reprodução humana faz parte das Leis Naturais de Deus.
A
doutrina codificada por Allan Kardec não nega a participação do “Espírito
Santo” na concepção de Jesus, até porque sua reencarnação foi minimamente
planejada pela espiritualidade superior (aqui entra a participação do “Espírito
Santo”). Entretanto, a fecundação de Maria se deu por vias normais, através de
relação sexual entre ela e José, como acontece entre todos os casais.
Mas
então, como surgiu o mito da virgindade de Maria?
Acredita-se
que a igreja tenha disseminado essa tese, a fim de diminuir a promiscuidade
entre as pessoas. A prática sexual naquela época, era permitida apenas com o
intuito de procriação, isso para não provocar a extinção da raça humana. Quanto
menor fosse a relação sexual entre os casais, menor seriam os seus pecados.
Jesus
com o passar do tempo tornou-se uma figura mitológica e, como sendo um Deus,
não poderia ter nascido do pecado original cometido por Adão e Eva. Apesar
dessas considerações, o Novo Testamento utiliza o termo: “O Filho do Homem” 88
vezes. Esse termo refere-se a Jesus como um ser humano, e como tal, seu
nascimento só poderia ter acontecido de forma natural.
Nas
epístolas de Paulo, que são os registros mais antigos contidos na bíblia, não
há evidências da virgindade de Maria, o apóstolo refere-se a ela apenas como a
mãe de Jesus. Os evangelhos bíblicos reforçam ainda que Maria e José tiveram
outros filhos, não podendo persistir a virgindade de Maria:
“Não é
este o filho do carpinteiro? Não é Maria sua mãe? Não são seus irmãos Tiago,
José Simão e Judas?” (Mateus 13, 55)
É certo
que Maria faz parte de um grupo de espíritos evoluídos que vieram para preparar
a chegada de Jesus. É um espírito tão puro, que recebeu a missão nobre de
conduzir o governador da Terra, modelo e guia da humanidade. Maria é sinônimo
de amor, prova disto foi a sua resignação ao presenciar o sofrimento de seu
filho, em nome da salvação da humanidade. E é por isso que este espírito
desperta tanta simpatia e admiração entre as pessoas. Há quem acredite que,
pedir a intercessão de Maria é o método mais eficaz de se chegar a Jesus, pois
um filho não negaria o pedido de uma mãe.
Na
literatura espírita, encontramos vários registros sobre Maria na
espiritualidade. O livro “Memórias de um Suicida”, descreve as atividades da
legião dos servos de Maria, um grupo de espíritos especializados no resgate de
suicidas nas zonas inferiores, após o socorro dos réprobos e os mesmos são
encaminhados ao Hospital Maria de Nazaré. Esta instituição é dirigida pela mãe
de Jesus. Camilo Cândido Botelho, autor espiritual desta obra, relata que a
tarefa de cuidar de espíritos suicidas não poderia ser desempenhada por outro
espírito a não ser Maria, por ela ser a referência de amor e dedicação
fraternal.
Além
disso, milhares de fiéis pelo mundo todo, dedicam sua fé e devoção a Maria, em
virtude disso, existem espíritos abnegados que trabalham em seu nome, recebendo
os pedidos e as orações e auxiliando aqueles que sofrem. É importante ressaltar
que a doutrina espírita alimenta um profundo respeito a qualquer forma de
convicção religiosa, mesmo posicionando-se de forma diferente. E sabemos que
Maria é um espírito de luz e trabalha ao lado de Jesus em benefício da
humanidade.
(Fonte:
Espiritismo em Cristo)
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