Não é de hoje que pesquisadores vêm se
dedicando a obter imagens fotográficas do que julgam ser a outra dimensão (ou
qualquer que seja a denominação escolhida). Mas nos últimos anos várias
pesquisas mais apuradas vêm sendo realizadas, com destaque para as imagens dos
chamados orbs e as transfotos.
Esse fenômeno tem chamado cada vez mais a
atenção de grupos de pesquisa em todo o planeta, e a quantidade de fotos que
invadiu a internet é surpreendente. Ou o fenômeno multiplicou-se, ou as pessoas
passaram a prestar mais atenção nesses pequenos “defeitos” fotográficos. Ou
ainda, segundo alguns investigadores, a quantidade de fotos fraudulentas
aumentou consideravelmente com a divulgação do tema e conseqüente aumento do
interesse público. Nos EUA, geralmente o fenômeno é designado pelo termo
genérico “orbs”(globos). No Brasil, ainda não se fala muito sobre isso, embora
o Instituto Medeiros de Pesquisas Conscienciais venha fazendo algumas pesquisas
a respeito, tratando o fenômeno pelo nome “transfotos”.
No momento, parece impossível dizer
exatamente do que se trata. Para uns, seriam imagens obtidas do além, como
representações das energias dos desencarnados; para outros, seriam fenômenos
naturais perfeitamente explicáveis, ainda que nem sempre essa explicação seja
facilmente fornecida. Alguns acreditam que se trata de artefatos alienígenas ou
formas de comunicação extraterrestre, com os objetivos mais variados.
Entretanto, a verdade é que pouco ou nada se
sabe de fato sobre o fenômeno.
Nem tudo de “estranho” que aparece numa
fotografia pode ser identificado como um orb. Seu formato é esférico (daí o
nome) e pode perfeitamente ser um reflexo de luz na lente da câmera, o que
acontece com alguma freqüência. O surgimento de pontos de luz de cores variadas
também pode ocorrer pelo tipo de luz existente no local fotografado, de modo
que o negativo da foto deve ser analisado cuidadosamente por especialistas para
que seja comprovado não se tratar de um problema técnico.
No caso das transfotos, geralmente existe um
controle maior sobre o que está sendo feito, em alguns casos com experiências
em ambiente controlado, e as imagens não assumem necessariamente o formato
esférico. Geraldo Medeiros, fundador do Instituto Medeiros de Pesquisas
Conscienciais, falou sobre uma fotografia obtida numa sala, na qual se vê um
grande espelho ao fundo, refletindo as pessoas que estavam sentadas no local no
momento. Quando a foto foi revelada, na imagem do espelho é possível ver uma
pessoa já falecida, sentada no sofá ao lado dos vivos.
Mas esse é um exemplo raro, de um caso não
programado e sem qualquer controle. Medeiros criou um ambiente específico para
obter suas fotos, utilizando um filme de 800 ASA. As fotos são obtidas dentro
de uma sala isolada de eletromagnetismo e com uma luz azul – que tem uma
freqüência próxima do ultravioleta –, sem qualquer luminosidade externa. Na
câmera, utiliza-se a velocidade B, que permite manter a objetiva aberta de
quinze a vinte segundos para cada foto. A câmera precisa ficar num tripé, para
evitar as trepidações que poderiam fornecer uma falsa imagem ou sobreposições.
As fotos são obtidas de maneira aleatória, focalizando qualquer local da sala
fechada, e a revelação pode ser feita em qualquer laboratório. Geralmente, as
imagens devem ser observadas com cuidado e atenção, pois não são muito
visíveis.
Geraldo Medeiros chamada essa forma de
comunicação, ou transcomunicação, de “comunicação interdimensional”. “Imaginem
que”, ele explica, “momentaneamente, duas dimensões se interconectam, e esse
ponto em comum de conexão é oscilante demais. Então, nós precisaríamos
encontrar uma forma de estabilizar essas oscilações”. Essa tentativa de
“estabilizar a conexão” vem sendo, na verdade, a busca de muitos pesquisadores
na área. Se obtida, permitiria uma comunicação com a outra dimensão sem a
intermediação de médiuns.
Globos
de Luz
Os chamados orbs obedecem a padrões um tanto
diferentes, e são mais comuns nas chamadas “casas assombradas” ou em
cemitérios. O que têm em comum é que são invisíveis a olho nu, mas costumam
aparecer em fotografias. Alguns “caçadores de fantasmas”, especialistas em
pesquisar locais tidos como assombrados, dizem que podem localizar os orbs
através de aparelhos especiais de medição de temperatura ou de
eletromagnetismo, e ainda utilizando equipamento para enxergar no escuro.
Troy Taylor, presidente da American Ghost
Society, diz que é fácil identificar os falsos orbs dos verdadeiros: os falsos
são sempre da cor branca ou azul muito claro, transparentes, enquanto os
verdadeiros têm uma aparência mais densa e não é possível ver através deles.
Também é importante observar se o orb está em movimento, o que seria um bom
sinal de que a imagem é genuína.
Taylor acredita que muitas das fotos obtidas
em cemitérios são facilmente explicáveis. O simples fato das pessoas andarem
pelo local à noite, tirando fotografias, faria com que se levantassem
partículas de poeira que, quando fotografadas de muito perto e com o efeito do
flash, poderiam surgir na imagem como orbs. Ele diz que isso não explica todas
as imagens obtidas, mas que a maioria poderia ser descartada devido a
acontecimentos desse tipo. Portanto, cuidado com as fotos obtidas próximas de
estradas de terra.
O pesquisador Philip Carr, colaborador da
revista Fortean Times, fez ele mesmo uma experiência nesse sentido, deixando
cair pó de canela em frente à lente da câmera, obtendo um belíssimo efeito de
inúmeros orbs.
A dificuldade em determinar a validade das
fotos dos orbs levou muitos pesquisadores a desacreditar no fenômeno, mas ainda
existem muitas dúvidas. Não são poucos os que compreendem que os objetos são
formas de vida que assumem essa aparência de “bolas de luz”, geralmente se
locomovendo em grupos. São vistos como as próprias almas, ou “forças de vida”,
e alguns médiuns e psíquicos afirmam conseguir se comunicar com elas.
Seriam, então, os espíritos que se mantêm
presos à terra, a locais específicos, sem conseguir se libertar ou mesmo
perceber a situação em que se encontram. Difícil é explicar porque assumiriam
essa forma de bolas de luz, e não manteriam a mesma forma que tinham em vida.
Fotos
em Cemitérios
Pode ser que os pesquisadores americanos
estejam certos ao afirmarem que fotos obtidas em cemitérios devem ser muito bem
analisadas, para não se criar confusão. No entanto, Geraldo Medeiros e um grupo
de pesquisas obtiveram fotos impressionantes num cemitério abandonado há anos.
E não estamos falando de algumas “bolas de luz”, mas de centenas de pontos
luminosos.
Medeiros recebeu a informação de que
fenômenos estranhos estariam ocorrendo num local próximo à cidade de Jaboticabal,
norte do estado de São Paulo. Reuniu alguns pesquisadores e dirigiu-se até o
lugar conhecido pelos habitantes locais como “Sete Catacumbas”, um cemitério
abandonado onde ainda podiam ser vistos resquícios de covas, algumas lápides e
uma pequena capela.
O primeiro sinal de algo estranho que
perceberam não pôde ser medido, mas foi sentido por todos na equipe: o chão
parecia estar tremendo, como se um metrô estivesse passando sob seus pés.
Começaram a fotografar o local, de vários ângulos, utilizando o mesmo método
aplicado nas transfotos realizadas nas pesquisas em locais fechados, ou seja,
mantendo o obturador aberto por períodos de quinze a vinte segundos. As imagens
foram prejudicadas, uma vez que não levaram um tripé: tiveram de utilizar pedras
para apoiar a câmera.
Uma das características das transfotos –
sejam aquelas obtidas em ambientes controlados ou em locais sem controle – diz
respeito às pessoas envolvidas na experiência. Elas começam a experimentar
sensações diferentes, como se pessoas estivessem presentes, ainda que não as
possam ver. Medeiros entende que isso é um indício de que algum tipo de conexão
está sendo estabelecida entre a nossa dimensão e uma outra. E foi exatamente
essa sensação que os pesquisadores tiveram na ocasião.
Fotografaram até próximo de meia-noite. Mais
tarde, quando as fotos foram reveladas, mostraram a presença de inúmeros pontos
de luz em vários locais do cemitério, e que não puderam ser percebidas pelo
olho humano. Algumas fotos tiradas diretamente das tumbas apresentaram brilho e
coloração excessivos, o que não poderia ser explicado pela exposição normal da
película fotográfica.
Em uma foto obtida no interior da capela,
pôde-se perceber a presença de dois vultos, duas silhuetas com forma humana,
onde concretamente não havia ninguém. Num descampado atrás de uma lápide, os
pontos captados pela câmera dão a impressão de formar uma verdadeira floresta
de luzes.
Posteriormente, quando investigou a história
da região, Medeiros ficou sabendo que nos anos de 1896, 97 e 98, a febre
amarela atacou de forma violenta a região, causando muitas vítimas. Um dos
locais escolhidos para enterrar os mortos foi, justamente, Sete Catacumbas. O
detalhe aterrorizante é que nem sempre as pessoas eram enterradas já mortas. Em
alguns casos, o medo do contágio fazia com que enfermos ainda agonizantes
fossem enterrados nas valas, ou queimados ainda vivos.
Tentativas
de Explicação
Alguns cientistas dizem que não há o que
explicar com relação a essas imagens. Trata-se de fenômenos naturais, como o
fogo-fátuo – geralmente comum em pântanos ou mesmo cemitérios, estando
associado à lenda do boitatá – ou as luzes produzidas pelos terremotos devido à
fricção de determinados tipos de minerais, mais comuns em outros continentes. O
detalhe é que essas luzes, também conhecidas como “luzes da terra”, podem ser
vistas a olho nu, o que não ocorre com os orbs e outras imagens que surgem em
fotografias.
Para outros estudiosos, ainda é válida a
teoria de que os seres humanos são capazes de “impressionar” energeticamente o
local em que vivem, ou o local em que morrem, causando alterações físicas e
energéticas. Isso teria mais validade especialmente quando a morte envolve
grande dor física, sofrimento mental ou emocional. Geraldo Medeiros diz que uma
das características das transfotos é que elas são obtidas em momentos de grande
carga emocional – seja por parte de quem está fotografando, seja das pessoas
envolvidas com o momento.
Algumas pessoas que têm perseguido o tema dos
orbs, nos EUA, entendem que essas almas, ou inteligências, assumem a forma
esférica por demandar menos energia para ser formada, o contrário do que ocorre
nos casos em que se formam corpos humanos, mais ou menos completos – mas não se
tem muitas explicações mais detalhadas sobre como essas informações foram
obtidas.
O fato é que as pesquisas nesse sentido ainda
são realizadas de forma um tanto tímida em todo o planeta. Por que em
determinados momentos essa comunicação com o outro mundo é tão forte a ponto de
imagens completas de desencarnados surgirem em fotografias, tão nítidas e
perfeitas que são confundidas com os vivos? E por que, em outros casos, as
imagens são tão desvanecidas que mal se pode perceber as silhuetas com forma
humana?
Talvez seja esse o caminho pelo qual a
pesquisa com caráter científico deva seguir nos próximos anos, procurando
estabelecer que tipo de energia e relação existe entre os dois mundos, e como
ela é utilizada para se fazer a conexão. Não é um trabalho fácil, mas os
resultados podem ser fascinantes e abrir possibilidades imensas.
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