Sucedem-se, em volúpia surpreendente, os
escândalos na sociedade contemporânea, que se sente aturdida sob o clamor das
decepções e dos desencantos em escala crescente. Causando grande impacto a
princípio, alcançam nível de acontecimento comum e trivial, quando o mais
recente, sempre mais escabroso, diminui ou apaga as impressões perturbadoras do
anterior.
São de todo jaez, tendo as suas raízes no
egoísmo e na prepotência humana, decorrente do atavismo animal.
Conhecidos em todas as épocas da História, na
civilização atual atingem um clímax alarmante e sem precedentes.
Cidadãos masculinos e femininos de alto
coturno social, que se apresentam como verdadeiros modelos de triunfo, de
repente são arrolados como criminosos vulgares, em razão dos seus torpes compromissos
morais, que revelam a lama sobre a qual edificam as aparências brilhantes.
Desvios sexuais, que se tornam comportamentos
aplaudidos, infidelidade conjugal e adultério, suborno e tráfico de influência,
de drogas, de contratos multimilionários, de criaturas humanas crucificadas na
escravidão, corrupção de todos os matizes, são-lhes as feridas purulentas
ocultas em tecidos caros, em roupas luxuosas, sob adereços caríssimos e em
ambientes de alto poder de consumo...
Sem o pudor nem a dignidade que fingem
defender e vivenciar, utilizam-se dos expedientes sórdidos do crime para
acumular fortunas incalculáveis, emparedadas em cofres de aço de segurança
máxima em paraísos fiscais e bancos internacionais.
Os recursos que reúnem com doentia avidez, se
aplicados na educação das novas gerações e no trabalho que fomenta o progresso,
conseguiriam afugentar os devastadores fantasmas da fome, das doenças e a cruel
violência que semeia o terror em toda parte, culminando em guerras terríveis,
algumas não declaradas...
Indiciados, após acusações vergonhosas dos
seus comparsas, não dispõem da mínima compostura, lutando para provar inocência
irônica e mentirosa.
Utilizam-se, os seus defensores, das brechas
das leis benignas, algumas por eles mesmos elaboradas para o retorno ao
convívio social, sem a mínima demonstração de honorabilidade.
Tendo anestesiada a consciência que adaptaram
às circunstâncias da corrupção, deixam transparecer que a sua conduta é a
conduta correta, com os descalabros morais de que se revestem.
Felizmente, a facilidade de comunicação
desmascara-os e embora nem sempre vejam punidos conforme são merecedores, vivem
asfixiados nos pântanos em que se atiraram.
Cada dia são desmontadas novas quadrilhas de
luxo nos altos escalões da sociedade.
Essas vítimas do materialismo enlouquecido,
que acreditam somente no poder do dinheiro, das posições relevantes, não podem
fugir da própria consumpção, do passar do tempo, das doenças e da morte.
Creem-se inteligentes pela habilidade de
burlar as leis, de enganar aos demais, quando, em realidade, são apenas astutos
de breve trânsito no corpo.
Infelizmente, o triste espetáculo mascara a
cultura de desregramentos a caminho do caos.
Nem todos os indivíduos terrestres
encontram-se malsinados com o sinete da desonra. Esses, os desonestos, chamam a
atenção e parecem constituir a grande mole humana.
Embora desconhecidos, existem em todos os
segmentos sociais indivíduos honoráveis e dignos.
São eles os pilotis sobre os quais se
constroem a civilização, a ética e a cultura sadia.
Este é um momento de transição espiritual que
alcança todos os programas da evolução terrestre.
Enfrentam-se as duas sociedades: a decadente,
que está acostumada ao mal e aqueloutra, a digna, que labora no bem.
A vitória, sem dúvida, inevitável, é da
seriedade, do comportamento sadio, porque o crime é desvio de conduta, não é
comportamento correto.
Não se deve, portanto, permanecer em dúvida
íntima em face do triunfo enganoso dos criminosos bem-vestidos e invejados.
Ignoras os conflitos que os aturdem, porque
ninguém consegue viver irregularmente e em paz. Eles afogam os tormentos, ou
pelo menos tentam, nas libações alcoólicas, nos excessos sexuais, nas drogas
ilícitas, a fim de permanecerem no palco do prazer, desconfiados e temerosos.
Não os invejeis, não os antipatizes. Eles já
estão sobrecarregados de preocupações, insatisfeitos com a própria existência,
que perdeu o sentido psicológico e fundamental da vida.
São triunfadores, sim, mas algozes de si
mesmos.
O comportamento correto é o único a propiciar
harmonia íntima.
Confia em Deus e na Sua paternal
misericórdia.
Reflexiona em torno dos sofredores que também
rebolcam em dores terríveis ao teu lado. Estão ressarcindo o comportamento
alucinado de existências pretéritas.
O mesmo acontecerá aos fantoches aplaudidos
de hoje pelos seus aficionados.
Quanto a ti, age sempre com retidão,
cultivando o bem em todas as circunstâncias.
Quem visse Aquele Homem sob o peso da cruz e
Pilatos, o Seu crucificador, acreditaria que o representante de César era o
triunfador.
Logo depois, Pilatos foi mandado para o
exílio e suicidou-se, enquanto o Homem condenado, morreu e ressuscitou, em
triunfo de imortalidade.
Pensa, desse modo, na glória terrestre e na
espiritual, e faze a tua escolha.
Por Joanna
de Ângelis
(Página psicografada pelo médium Divaldo
Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite de 1 de junho de 2015, no Centro
Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.)
COMPARTILHE ESTA MENSAGEM
0 Comentários