Por Richard Simonetti
1 – Qual a primeira consequência do
suicídio?
A
terrível constatação: o suicida não alcançou o seu intento. Não morreu! Não foi
deletado da Vida. Continua a existir, sentir e sofrer, em outra dimensão,
experimentando tormentos mil vezes acentuados. É uma situação traumática e
apavorante, conforme informam suicidas que se manifestam em reuniões
mediúnicas.
2 – Seus sofrimentos são de ordem
moral?
Em
parte. Há outro aspecto a ser considerado: os estragos no perispírito, o corpo
espiritual. O apóstolo Paulo o denominava corpo celeste. Um corpo feito de
matéria também, mas em essência, numa outra faixa de vibração, como define
Allan Kardec. É o veículo de manifestação do Espírito no plano em que atua, e
intermediário entre ele e o corpo físico, na reencarnação.
3 – Quando o médium vidente diz que
está vendo determinado Espírito, é pelo corpo espiritual que o identifica?
Exatamente.
O Espírito não tem morfologia definida, como acontece com a matéria. É uma luz
que irradia. Diríamos, então, que o vidente vê determinado Espírito em seu
corpo espiritual, tanto quanto identificamos um ser humano pela forma física.
4 – O que acontece com o perispírito
no suicídio?
Sendo
um corpo sutil, que interage com nossos pensamentos e ações, é afetado de forma
dramática. Se alguém me der um tiro e eu vier a desencarnar, poderei
experimentar algum trauma, mas sem danos perispirituais mais graves. Porém, se
eu for o autor do disparo, buscando a morte, o perispírito será afetado e
retornarei ao Plano Espiritual com um ferimento compatível com a área atingida
no corpo físico. É muito comum o médium vidente observar suicidas com graves
lesões no corpo espiritual, produzidas por instrumento cortante, revólver ou
outro meio violento por ele usado.
5 – Qualquer tipo de suicídio sempre
afetará uma área correspondente no perispírito?
Sim,
com tormentos que se estenderão por longo tempo. Dizem os suicidas que se
sentem como se aquele momento terrível de auto aniquilamento houvesse sido
registrado por uma câmera em sua intimidade, a reproduzir sempre a mesma cena
trágica. Imaginemos alguém a esfaquear-se. A diferença é que, enquanto
encarnado, essa autoagressão termina com a morte, enquanto que na vida
espiritual ela se reproduz, insistentemente, em sua mente, sem que o suicida se
aniquile.
6 – Digamos que a pessoa dê um tiro na
cabeça…
Sentirá
repercutir, indefinidamente, o som do tiro e o impacto do projétil furando a
caixa craniana e dilacerando o cérebro. Um tormento indescritível, segundo o
testemunho dos suicidas. Lembra a fantasia teológica das chamas do inferno, que
queimam sem consumir.
7 – Falando em chamas, e se a pessoa
se matou pelo fogo, desintegrando o corpo?
Vai
sentir-se como alguém que sofreu queimaduras generalizadas. Experimentará dores
acerbas e insuportável inquietação. É uma situação desesperadora, infinitamente
pior do que aquela da qual, impensadamente, pretendeu fugir.
8 – Podemos situar os desajustes
perispirituais como castigos divinos?
Imaginemos
um filho que, não obstante advertido pelo pai, não toma os devidos cuidados ao
usar uma faca afiada e se fere, seccionando um nervo. As dores e transtornos
que vai sentir não serão de iniciativa paterna para castigá-lo. Ele apenas
colherá o resultado de sua imprudência. É o que acontece com o suicida. Seus
tormentos relacionam-se com os desajustes que provocou em si mesmo. Não
constituem castigo celeste, mas mera consequência de desatino terrestre.
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