Meus queridos
filhos
Maravilhosa Luz,
que incendeia os corações das pessoas que seguem no Bem, servem no Amor e são
Caridosas. A generosa bondade de Deus, traz a alegria aos corações, a Luz nos
Caminhos, a Verdade para as mentes. Seu Amor rebrilha em cada um dos irmãos que
se colocam com humildade em Suas Santas Mãos.
Que sempre seja
iluminado o caminho de vocês, que permaneçam na conduta do Bem, que sempre
ofereçam além do necessário para o corpo, o mais importante e essencial, o
necessário para a Alma.
Sofrem os filhos
que se afastam do Pai, sofrem os filhos que, pelas tribulações da vida na
carne, se voltam contra nosso Amado Pai.
Temos que,
principalmente, ter aceitação do nosso caminho, aceitação das coisas que nos
sucedem na existência da carne, elas nos pertencem, e o Pai, na sua bondade,
permite vivenciarmos essas situações, para podermos nos redimir em Seu Amor,
para podermos buscar a nós mesmos.
Por mais que os
fatos dessa vida de vocês pareçam sem um sentido mais claro, entendam, meus
filhos, que tudo se passa a contento do Pai.
Não que Ele permita
que soframos as agruras das existências, mas sim, Ele permite termos a
liberdade para escolher qual caminho seguir. Mas essa liberdade chega carregada
de responsabilidade e consequências, sendo, todos nós, os criadores de nossas
próprias aflições.
Fiquem com Deus, no
Amor de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Irmã Dulce
Fonte: Grupo
Socorrista Obreiros do Senhor Jerônimo Mendonça Ribeiro
CONHEÇA MAIS SOBRE A VIDA E OBRA DE IRMÃ DULCE
Os primeiros passos
Segunda filha do
dentista Augusto Lopes Pontes, professor da Faculdade de Odontologia, e de
Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes, ao nascer em 26 de maio de 1914, em
Salvador, Irmã Dulce recebeu o nome de Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes.
O bebê veio ao mundo na Rua São José de Baixo, 36, no bairro do Barbalho, na
freguesia de Santo Antônio Além do Carmo. A menina Maria Rita foi uma criança
cheia de alegria, adorava brincar de boneca, empinar arraia e tinha especial
predileção pelo futebol - era torcedora do Esporte Clube Ypiranga, time formado
pela classe trabalhadora e os excluídos sociais.
Aos sete anos, em
1921, perde sua mãe Dulce, que tinha apenas 26 anos. No ano seguinte, junto com
seus irmãos Augusto e Dulce (a querida Dulcinha), faz a primeira comunhão na
Igreja de Santo Antônio Além do Carmo.
A vocação para
trabalhar em benefício da população carente teve a influência direta da
família, uma herança do pai que ela levou adiante, com o apoio decisivo da
irmã, Dulcinha. Aos 13 anos, graças a seu destemor e senso de justiça, traços
marcantes revelados quando ainda era muito novinha, Irmã Dulce passou a acolher
mendigos e doentes em sua casa, transformando a residência da família – na Rua
da Independência, 61, no bairro de Nazaré, num centro de atendimento. A casa
ficou conhecida como ‘A Portaria de São Francisco’, tal o número de carentes que
se aglomeravam a sua porta. Também é nessa época que ela manifesta pela
primeira vez, após visitar com uma tia áreas onde habitavam pessoas pobres, o
desejo de se dedicar à vida religiosa.
Em 08 de fevereiro
de 1933, logo após a sua formatura como professora, Maria Rita entra então para
a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, na
cidade de São Cristóvão, em Sergipe. Em 13 de agosto de 1933, recebe o hábito
de freira das Irmãs Missionárias e adota, em homenagem a sua mãe, o nome de
Irmã Dulce.
A primeira missão
de Irmã Dulce como freira foi ensinar em um colégio mantido pela sua
congregação, no bairro da Massaranduba, na Cidade Baixa, em Salvador. Mas, o
seu pensamento estava voltado mesmo para o trabalho com os pobres. Já em 1935,
dava assistência à comunidade pobre de Alagados, conjunto de palafitas que se
consolidara na parte interna do bairro de Itapagipe. Nessa mesma época, começa
a atender também os operários que eram numerosos naquele bairro, criando um
posto médico e fundando, em 1936, a União Operária São Francisco – primeira
organização operária católica do estado, que depois deu origem ao Círculo
Operário da Bahia. Em 1937, funda, juntamente com Frei Hildebrando Kruthaup, o
Círculo Operário da Bahia, mantido com a arrecadação de três cinemas que ambos
haviam construído através de doações – o Cine Roma, o Cine Plataforma e o Cine
São Caetano. Em maio de 1939, Irmã Dulce inaugura o Colégio Santo Antônio,
escola pública voltada para operários e filhos de operários, no bairro da
Massaranduba.
O amor e o serviço
aos pobres e doentes
Em 1939, Irmã Dulce
invade cinco casas na Ilha dos Ratos, para abrigar doentes que recolhia nas
ruas de Salvador. Expulsa do lugar, ela peregrina durante uma década, levando
os seus doentes por vários locais da cidade. Por fim, em 1949, Irmã Dulce ocupa
um galinheiro ao lado do Convento Santo Antônio, após autorização da sua
superiora, com os primeiros 70 doentes. A iniciativa deu origem à tradição
propagada há décadas pelo povo baiano de que a freira construiu o maior
hospital da Bahia a partir de um simples galinheiro. Já em 1959, é instalada
oficialmente a Associação Obras Sociais Irmã Dulce e no ano seguinte é
inaugurado o Albergue Santo Antônio.
O incentivo para
construir a sua obra, Irmã Dulce teve do povo baiano, de brasileiros de
diversos estados e de personalidades internacionais. Em 1988, ela foi indicada
pelo então presidente da República, José Sarney, com o apoio da Rainha Sílvia,
da Suécia, para o Prêmio Nobel da Paz. Oito anos antes, no dia 7 de julho de
1980, Irmã Dulce ouvia do Papa João Paulo II, na sua primeira visita ao país, o
incentivo para prosseguir com a sua obra.
Irmã Dulce e o Papa
João Paulo II voltariam a se encontrar em 20 de outubro de 1991, na segunda
visita do Sumo Pontífice ao Brasil. João Paulo II fez questão de quebrar o
rigor da sua agenda e foi ao Convento Santo Antônio visitar a religiosa baiana,
cuja saúde já se encontrava bastante debilitada em função de problemas
respiratórios. Cinco meses depois da visita do Papa, os baianos chorariam a
morte do Anjo Bom do Brasil.
Irmã Dulce morreu
em 13 de março de 1992, pouco tempo antes de completar 78 anos. No velório, na
Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, em Salvador, políticos,
empresários, artistas, se misturavam a dor de milhares de pessoas simples e
anônimas. A fragilidade com que viveu os últimos 30 anos da sua vida – tinha
70% da capacidade respiratória comprometida - não impediu que ela construísse e
mantivesse uma das maiores e mais respeitadas instituições filantrópicas do
país, uma verdadeira obra de amor aos pobres e doentes.
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