“Querido papai Wilson e querida mamãe
Chiquinha”, riscou Chico Xavier em letras grandes e arredondadas. Era
sexta-feira, 18 de outubro de 1980. A carta, mais uma das psicografias feitas
pelo médium naquele dia, seria lida mais tarde pelo próprio Chico para êxtase
de Francisca Ruiz Dellalio e Wilson Dellalio, pais de Eduardo Ruiz Dellalio,
morto quatro meses antes, aos 18 anos, em um acidente de moto a quatro quadras
de sua casa, no bairro do Tatuapé, em São Paulo. Era o primeiro texto que
recebiam. “Estava pensando em férias sem qualquer sombra nas ideias, quando o
choque me surpreendeu”, continuou a carta, que coincidia com o que os pais
vinham conversando com o filho na época do acidente.
Eduardo era mais do que o único filho de dona
Chiquinha e seu Wilson. Das dez gestações de Francisca, cinco resultaram em
aborto, duas em crianças natimortas, uma em um menino que morreu com uma semana
de vida e a outra em uma menina, Kátia, que faleceu com pouco mais de um ano.
“Até receber a primeira mensagem do Eduardo, simplesmente não vivia”, lembra
Chiquinha, que costumava acordar de madrugada e correr, aos prantos, para
cheirar as roupas do filho no armário. “O Chico me tirou de um pesadelo”,
atesta. “Ele foi a minha salvação.”
Do homem que lhe deu conforto com 22 mensagens
e quase 300 páginas de texto psicografado, Chiquinha, hoje com 69 anos, guarda
lembranças dignas de uma devota que conheceu seu Deus. “Perto dele você não
sentia o chão. Me segurava em cada palavra que ele dizia.” Uma carta em
especial tocou fundo Francisca. Na mensagem de número sete, o filho repetiu uma
expressão comum apenas entre eles. “Esticar minhas andanças” era o que Eduardo
dizia quando queria um complemento da semanada dada pelo pai para que pudesse
passear mais com os amigos nos finais de semana. “Nem o pai sabia disso, só eu
e ele”, diz, emocionada. “Ainda sinto o cheiro do perfume dele pela casa”,
lembra.
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