Por Jorge
Hessen
No século XIX Kardec indagou dos Espíritos
“Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?”. “Num axioma que
aplicais às vossas ciências. Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo
o que não é obra do homem e a vossa razão responderá”. Responderam os
Espíritos. (1)
A nossa compreensão de Deus muda na mesma
proporção em que a nossa percepção sobre a vida se amplia. É uma tarefa
difícil, quando o limitado tenta alcançar o Ilimitado, ou o finito entender o
infinito. Assim somos nós diante de Deus. As opiniões científicas ainda estão
divididas quanto à origem do universo, mas há unanimidade num ponto, existe
ordem no Universo.
E “Sendo Deus a essência divina por
excelência, unicamente os Espíritos que atingiram o mais alto grau de
desmaterialização o podem perceber”. (2) Assinalamos aqui uma pequena
digressão: é interessante notar que, geralmente, nós imaginamos Deus como
alguma coisa absolutamente externa. Pensamos em Deus como um ser ou algo
separado de nós, advindo muitos conflitos.
Ora! Se o Todo-Poderoso também está dentro de
nós, podemos mudar por nossa própria vontade. Mas se acreditamos que o Pai
celestial está, exclusivamente, do lado externo, então supomos que só Ele pode
nos mudar e não nos transformamos pela nossa própria vontade. Achamo-nos então,
constantemente, em presença da Divindade; nenhumas das nossas ações lhe podem
subtrair ao olhar; o nosso pensamento está em contato ininterrupto com o seu
pensamento, havendo, pois, razão para dizer-se que Deus vê os mais profundos
refolhos do nosso coração. Albert Einstein, físico alemão de origem judaica que
dispensa apresentações, quando, em 1921, perguntado pelo rabino H. Goldstein,
de New York, se acreditava em Deus, respondeu: “Acredito no Deus de Spinoza,
que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que
se interessa pela sorte e pelas ações dos homens”. (3)
Nesta mesma ocasião, muitos líderes
religiosos diziam que a teoria da relatividade “encobre com um manto o horrível
fantasma do ateísmo, e obscurece especulações, produzindo uma dúvida universal
sobre Deus e sua criação”. (4) Tese que discordamos, integralmente, pois
Einstein confessou a um assistente que no fundo, seu único interesse era
descobrir se no instante da criação Deus teve escolha de fazer um universo
diferente e, caso tenha tido opção, por que é que decidiu criar esse universo
singular que conhecemos e não outro qualquer? Dizia ainda: “Minha religião
consiste em humilde admiração do espírito superior e ilimitado que se revela
nos menores detalhes que podemos perceber em nossos espíritos frágeis e
incertos. Essa convicção, profundamente, emocional na presença de um poder
racionalmente superior, que se revela no incompreensível universo, é a ideia
que faço de Deus”. (5)
Outros cientistas expunham que da
megaestrutura dos astros à infraestrutura subatômica, tudo está mergulhado na
substância viva da mente de Deus. O físico americano Paul Davies no seu livro
intitulado Deus e a Nova Física afirma, categoricamente, que o universo foi
desenhado por uma consciência cósmica. (6) O Universo, portanto, constituído
por esses milhões de sóis, regido por leis universais, imutáveis, completas, às
quais acham-se sujeitas todas as criaturas, é a exteriorização do Pensamento
Divino. Portanto, o Criador “É” Único.
Jorge Hessen
Referência bibliográficas:
(1) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio
de Janeiro: FEB, 1994, Questão 4;
(2) Kardec, Allan. A Gênese, Rio de Janeiro:
Ed Feb, 2001, Cap. II – A Providência, item 34;
(3) Citado em Golgher, I. O Universo Físico e
humano e Albert Einstein, B.H: Oficina de Livros, 1991, p. 304;
(4) Citado em Idem, ibidem, pp 304-305;
(5) Einstein Albert. Extraído do livro “As
mais belas orações de todos os tempos”;
(6) Davies, Paul. Deus e a Nova Física,
Lisboa: Edições 70, 1986, p. 157.
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