Autor:Morel Felipe
Wilkon
Neste ano de 2017
deverá ocorrer o primeiro transplante de cabeça da História.
Falar em
transplante de cabeça é controverso: afinal, o que será transplantado: a cabeça
ou o corpo?
Se considerarmos
que a sede da consciência é a cabeça, poderíamos falar de um transplante de
corpo; afinal, a sede da consciência receberia um novo corpo.
Mas as coisas não
são assim tão simples. Nossa consciência não se manifesta apenas através da
cabeça.
A consciência se
manifesta através da mente (que é um programa); a mente se liga ao corpo astral
através de centros de força; e os centros de força, através dos chacras, que se
localizam no duplo etérico, fazem a conexão com os plexos e glândulas do corpo
físico.
– Achou complicado?
Esse tema é
tratado, dentre outras obras, nos livros Entre a Terra e o céu, Mecanismos da
Mediunidade e Evolução em dois mundos, de André Luiz; Técnica da Mediunidade,
de Pastorino; e Elucidações do Além de Ramatis – além de obras da Teosofia.
Um transplante de
cabeça, então, seria, de alguma forma, a junção de dois seres.
Isso pode ser muito
estranho se nós considerarmos a consciência apenas como essa consciência
superficial que nós usamos numa comunicação escrita.
Mas nós temos
vários níveis de consciência. Nosso subconsciente guarda tudo sobre nós – todos
os nossos arquivos existenciais estão lá. E a contraparte física do
subconsciente não está necessariamente na cabeça, pelo contrário: alguns
autores chegam a falar em um subcérebro abdominal; há cientistas que afirmam
que a estrutura do coração é semelhante à estrutura do cérebro, inclusive com
neurônios.
Para nós
compreendermos melhor o que aconteceria no caso de um transplante de cabeça
exitoso, nós temos que analisar o pouco que nós já sabemos sobre transplantes
de órgãos.
Existe um fenômeno
que tem sido chamado de memória celular.
Há muitos casos de
transplantados que herdaram gostos, comportamentos e até modos de pensar
semelhantes aos dos doadores dos órgãos.
Os doutores Paul
Pearsall e Gary Schwartz escreveram um livro contando casos assim relacionados
especificamente a transplantes de coração. Não fica nenhuma dúvida de que as
pessoas que receberam os órgãos receberam, juntamente com os órgãos físicos, emoções,
gostos, predisposições e até sentimentos do doador.
Uma das
transplantadas abordadas no livro, Sylvia Claire, escreveu um livro contando
mais detalhes da sua história – este livro está traduzido para o português; se
chama A voz do coração.
Para termos uma
ideia: há relatos de pessoas que de um momento para o outro se tornaram
vegetarianas; ou que nunca bebiam e de repente passaram a gostar de cerveja;
pessoas que começaram a se interessar por um determinado esporte, ou por
poesia, ou que mudaram a sua orientação sexual – e depois vieram a descobrir
que seus doadores tinham exatamente essas mesmas características.
Há até o caso de um
transplantado que era uma pessoa muito de bem com a vida e depois do
transplante cometeu suicídio – mais tarde vieram saber que o seu doador tinha
se suicidado.
É preciso ter em
mente que nenhuma dessas pessoas sabia quem era o seu doador. Foram pesquisar
mais tarde justamente pelo fato de terem sofrido mudanças bruscas de gostos e
comportamento depois do transplante.
A teoria do Dr.
Paul Pearsall é a memória celular. As células armazenariam a memória e
carregariam essa memória consigo repassando-as ao receptor do órgão.
– Mas como o
Espiritismo explicaria isso?
Se nos basearmos em
Kardec, podemos dizer que os fluidos que circundam e perpassam nosso corpo
estão saturados com nossos sentimentos e pensamentos e que eles permaneceriam,
por algum tempo, ativos no corpo do receptor do órgão. Mas essa tese requer que
a pessoa que recebeu o órgão esteja em sintonia com o doador, afinal, nós só
captamos sentimentos e pensamentos com os quais temos alguma afinidade.
Outra tese seria a
da psicometria.
Ernesto Bozzano
tratou exaustivamente da psicometria. E André Luiz, no livro Nos Domínios da
Mediunidade, trata a psicometria como “a faculdade de ler impressões e
recordações ao contato de objetos comuns”. Na verdade esse entendimento é um
desenvolvimento do entendimento de Kardec: os objetos ficam impregnados com os
fluidos da pessoa que utiliza esses objetos, e até das vibrações do meio em que
permaneceu a maior parte do tempo.
Se isso ocorre com
objetos inanimados, com muito mais intensidade ocorreria com um órgão do corpo
humano – mas, mesmo assim, isso dependeria da sensibilidade por parte do
receptor do órgão para captar essas vibrações.
Mas existe uma
outra maneira, muito mais lógica e satisfatória de entender essa questão.
Nós sabemos, desde
Hermes Trismegisto, ou até antes, que assim como é o micro é o macro.
O átomo, pelo menos
no modelo de Bohr, se assemelha muito ao Sistema Solar. É verdade que o sistema
de Bohr tem falhas, mas também é verdade que o Sistema Solar não é uma
estrutura tão regular como se pensava. O fato é que existem grandes semelhanças
entre os modelos micro e macro, pois tudo obedece a Leis e as Leis são a
manifestação de Deus – Deus é o grande conjunto de Leis que nos rege.
Se nós observarmos
uma célula, que é a menor porção de matéria viva, ou melhor, a menor unidade de
vida que nós conhecemos, vemos que ela apresenta organelas que exercem as
mesmas funções básicas do nosso corpo humano.
Nós acreditamos em
reencarnação. E nós também acreditamos, desde Kardec, que os animais são
dotados do princípio inteligente, o mesmo princípio inteligente que ao se
individualizar e se desenvolver dará origem ao que nós entendemos por espírito.
O primeiro estágio do
princípio inteligente, portanto, é a célula.
Nós temos 100
trilhões de células. Essas células estão sob o nosso comando, sob o comando da
nossa mente. O nosso corpo físico é formado por células. As células se agrupam
e se especializam conforme o modelo comandado por nossa mente.
Nós sabemos que o
plano físico é reflexo do plano astral, e que o corpo físico é reflexo do corpo
astral. O corpo astral é o nosso modelo organizador biológico.
André Luiz, no
livro Evolução em dois mundos, faz um longo estudo sobre o papel das células na
manifestação da nossa vida e na manutenção da nossa forma.
André Luiz faz
referência às células físicas e às células astrais. Nós temos, portanto,
células físicas, que compõe o nosso corpo físico, e temos células astrais que compõe
o nosso corpo astral.
Agora acompanhe o
meu raciocínio:
Eu, neste momento,
estou encarnado, ou seja, eu estou revestido de um corpo de carne.
Mas, mesmo
encarnado, eu tenho um corpo astral.
O corpo físico é
transitório, ele dura apenas uma reencarnação. Mas o corpo astral permanece
enquanto nós permanecemos na Terra, neste astro – por isso o nome “corpo
astral”, porque ele é composto com elementos do astro.
O corpo físico
morre, mas o corpo astral permanece, e é o corpo astral que vai organizar, mais
tarde, um novo corpo físico para a minha próxima reencarnação.
Quer dizer: nós
reencarnamos, desencarnamos; reencarnamos, desencarnamos; mas é sempre o mesmo
corpo astral.
O mesmo ocorre com
as células. São sempre as mesmas células. Nós não trocamos de células. As
células desencarnam e reencarnam.
– Você sabia que
nós trocamos praticamente todas as células do corpo a cada 7 anos?
Claro que nem todas
desencarnam e reencarnam no mesmo ritmo.
As células do
estômago e dos intestinos são trocadas a cada 5 dias, mais ou menos; as células
da pele a cada 2 ou 4 semanas; as células do fígado duram entre 150 e 500 dias
– cada grupo de células físicas dura mais ou menos tempo de acordo com a função
que exerce. Os neurônios que compõe o córtex cerebral não se renovam.
– Se as células
estão sempre se renovando, como nós nos mantemos sempre os mesmos? Como nós
mantemos a nossa forma, as nossas características físicas?
Por causa do DNA no
interior das células. O DNA é a mente das células. Essa tese é do grande (e
vergonhosamente desconhecido, no meio espírita) Carlos Torres Pastorino.
Pastorino já defendia essa tese em 1969 – lembrando que o DNA foi descoberto em
1953.
Assim como nós
temos uma mente que age sobre o corpo, a célula também tem uma mente que age
sobre ela. A nossa mente comanda o DNA das células, informando todos os nossos
sentimentos, pensamentos e energias no DNA.
Nós vemos no
capítulo 13 do livro Missionários da Luz, de André Luiz, que o instrutor
Alexandre e uma equipe de técnicos trabalhavam no planejamento reencarnatório
do espírito de Segismundo. Alexandre tinha em mãos os mapas cromossômicos de
Segismundo, onde podia decifrar todas as principais características que
marcariam a nova existência física de Segismundo.
Esse livro foi
publicado antes da descoberta do DNA.
Se meditarmos um
instante na imensidão do Cosmos, é fácil concluirmos que existem seres
incalculavelmente superiores a nós. Seres perante os quais, por comparação, nós
não parecemos mais do que simples células. É possível – e até provável – que
nós façamos parte de uma organização viva tão grande que nós não podemos nem
imaginar.
Do mesmo modo, nós
somos os mentores da evolução de 100 trilhões de minúsculas organizações
biológicas que chamamos de células. Essas células nos acompanham,
provavelmente, por toda a nossa evolução neste planeta.
– Como fica, então,
a questão dos transplantes?
Nós sabemos que o
órgão transplantado permanece com o seu DNA inalterado, ou seja, o receptor do
órgão passa a abrigar na sua própria estrutura física o DNA do doador.
Uma pessoa morre.
Um ou mais dos seus órgãos são retirados para transplante. As células que
acompanham essa pessoa (espírito) desencarnaram; ela vai se manifestar, agora,
só com as suas células astrais – mas as células físicas, com o seu DNA, passam
a fazer parte da estrutura física de uma outra pessoa. O DNA das células do
órgão transplantado deve passar a obedecer ao comando mental do receptor do
órgão.
Nós vemos
claramente que é preciso haver afinidade entre as programações mentais do
doador e do receptor para que o DNA do órgão transplantado obedeça ao novo
comando mental. Isso pode explicar a alta taxa de rejeição dos transplantes.
Vamos imaginar
agora como seria um transplante de cabeça.
A cabeça de uma
pessoa recebe um novo corpo. Será que a mente da pessoa que recebe um novo
corpo é suficientemente forte para comandar trilhões de células habituadas a
outro comando mental? Será que o DNA (que é a mente das células) de um corpo
inteiro, que foi formatado por outra mente, que é o resultado de outra mente,
será que ele é capaz de se adaptar a um novo comando?
Eu não acredito.
No transplante de
um órgão importante (como um coração, por exemplo), se doador e receptor vibram
numa frequência próxima uma da outra, é possível a adaptação – o comando da
mente do receptor, que vibra no DNA das suas próprias células, provoca um
fenômeno de indução no DNA das células do órgão transplantado.
Mas num caso assim,
em que o transplante seria, na verdade, de um corpo inteiro, fora as questões
técnicas da cirurgia, que não compete a mim falar, só poderia haver sucesso,
talvez, se houvesse uma afinidade tão grande entre doador e receptor, a ponto
de promover uma relativa adaptação de uma mente a outra.
Existe outra
questão que deve ser considerada. Entre o corpo astral e o corpo físico nós
temos o duplo etérico. Nas palavras de André Luiz, no livro Nos Domínios da
Mediunidade, o duplo etérico é o conjunto dos “eflúvios vitais que asseguram o
equilíbrio entre a alma e o corpo de carne”, “formado por emanações
neuropsíquicas que pertencem ao campo fisiológico e que, por isso mesmo, não
conseguem maior afastamento da organização terrestre, destinando-se à
desintegração, tanto quanto ocorre ao instrumento carnal, por ocasião da morte
renovadora”.
O capítulo 13 do
livro Obreiros da Vida Eterna, também de André Luiz, narra a desencarnação de
Dimas, em que vemos o delicado trabalho de desfazimento dos laços energéticos
que ligam o corpo astral ao corpo físico.
No caso do
transplante de cabeça (que na verdade é um transplante de corpo), seria
imprescindível a participação de uma equipe de médicos desencarnados para
promover o desligamento dos laços energéticos que ligam o corpo físico a ser
transplantado ao corpo astral do doador do corpo, e fazer a ligação desses
laços com o corpo astral do receptor do corpo.
De qualquer forma,
poderão sair daí grandes aprendizados.
COMPARTILHE ESTA MENSAGEM
0 Comentários